“Plano de Gestão Florestal do Ancão é um instrumento elaborado com uma forte consciência ambiental”

A AM|48 apresentou na manhã desta sexta-feira, 14 de janeiro, o Plano de Gestão Florestal (PGF) para o terreno junto à praia do Ancão, em Loulé. Apesar de se tratar de um plano setorial dinâmico, como os demais, este tem um aspeto particular: “Não é orientado nem tem quaisquer objetivos com a produção, mas apenas preocupações de salvaguarda e valorização e qualificação ambiental e paisagísticas e de conservação e regeneração da biodiversidade”, expressa Alejandro Martins, CEO da AM|48, em declarações à Ambiente Magazine.

Parte integrante deste plano, destaca o empresário, está a plantação de cerca três mil árvores (predominantemente pinheiros mansos), limpeza de matos e desbastes seletivos, criação de faixas de gestão de combustível, remoção e controlo de invasoras, remoção de eucaliptos, colocação de ninhos artificiais para aves, abrigos para morcegos, abrigos para coelhos e zonas incremento de invertebrados, programas de monitorização da erosão ou da regeneração do espaço e dos valores ambientais. O PGF divide-se ainda em três componentes essenciais: o “Documento de Avaliação, que inclui a caracterização dos recursos existentes, nomeadamente nas suas componentes florestal e aproveitamento de outros recursos, bem como o enquadramento territorial e social do plano”; o “Modelo de Exploração, que inclui os programas operacionais, nomeadamente de gestão da biodiversidade, de infraestruturas e das operações silvícolas mínimas, bem como a gestão florestal preconizada, com calendário das intervenções”; e as “peças gráficas fundamentais e uma proposta de requalificação da rede viária municipal”.

A AM|48 mostra-se confiante que a execução desta iniciativa será determinante por todas as razões, sobretudo após a propriedade ter estado abandonada durante mais de 15 anos, sendo que o Grupo é proprietário desde maio 2021. Tendo em conta os “anos de abandono e a sua degradação”, Alejandro Martins não tem dúvidas do quão valorizado será o terreno: “Esta propriedade, com 47 hectares, pelas suas características naturais é única”. Por isso: “O PFG é um instrumento que só vem valorizar e qualificar o espaço e é elaborado com uma forte consciência ambiental, tendo sido acompanhado de perto, não só pela Câmara Municipal de Loulé, como pelo Instituto Nacional de Conservação da Natureza”, afinca.

Dentro dos planos do grupo está ainda tornar a propriedade numa “referência em termos mundiais pelas suas características naturais”, nomeadamente “fauna e flora autóctone, conservação de habitats, gestão florestal e enquadramento paisagístico”.

A aquisição da propriedade na Praia do Ancão é vista como uma oportunidade: “Fomos abordados pelo anterior proprietário que pretendia vender e como já conhecíamos a propriedade há muitos anos e já a considerávamos um ativo de valor inestimável, não hesitámos em avançar”. Acresce a ligação que o grupo tem com o concelho: “Temos vindo a investir ao longo da última década, com uma abordagem assente na sustentabilidade e biodiversidade, dando deste modo o nosso contributo para a preservação do planeta, sempre respeitando a beleza natural que apaixona tanto os louletanos como os turistas nacionais e internacionais que escolhem esta região”.

Na apresentação do PGF marcou ainda presença o presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, o diretor Regional Adjunto do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), António Miranda. O ato simbólico ficou ainda marcado plantação de três árvores.

Com um investimento inicial da AM|48 a rondar os 100 mil euros, o PGF tem uma vigência de 20 anos (2020-2039).