Portal da Construção Sustentável lança primeiro caderno de encargos livre de petróleo

O Portal da Construção Sustentável irá lançar, na próxima sexta-feira, 17 de novembro, o primeiro “Caderno de Encargos Livre de Petróleo”, destinado a arquitetos e outros profissionais do setor da construção. A sessão decorre na Alfândega do Porto, pelas 12h45, durante a feira do setor, +CONCRETA.

A ideologia passa pela necessidade cada vez mais emergente de sensibilizar os arquitetos e projetistas para que pensem as suas obras, sem prescreverem materiais poluentes como os que têm por base o petróleo e seus derivados, sempre que se encontrarem alternativas viáveis.

O Conselho Internacional da Construção aponta a indústria da construção como o setor de atividades humanas que mais consome recursos naturais e utiliza energia de forma intensiva, gerando consideráveis impactos ambientais. Estima-se que mais de 50% dos resíduos sólidos gerados pelo conjunto das atividades humanas sejam provenientes da construção.

A construção civil na Europa consome cerca de 10 milhões de toneladas de plásticos anualmente, o que representa 20% do consumo total de plástico em todo o continente, tornando-se o segundo maior setor a trabalhar com estes derivados depois do setor de embalagens. O plástico é um dos maiores inimigos do ambiente. A sua produção não só incorpora petróleo como a extração e produção deste, envolve práticas que poluem excessivamente o ambiente. Outro problema grave é que o plástico pode levar até 400 anos a decompor-se. No setor da construção é utilizado plástico, como o PVC, EPS, XPS e outros, quando há alternativas viáveis.

Este será o primeiro caderno de encargos, que terá de ir sendo atualizado ao longo dos anos, à medida que surjam novos materiais e novas tecnologias que pretendam contribuir para um planeta livre de petróleo e materiais plásticos. Esta primeira edição é apoiada pela APAL – Associação Portuguesa de Alumínio, uma vez que o alumínio é um material infinitamente reciclável, existindo já no mercado caixilharias com alumínio reciclado.

De salientar que o PCS não defende um ambiente construído completamente isento de plástico. A entidade defende os melhores resultados para a sustentabilidade, ou seja, uma abordagem que, sempre que possível, confine a utilização de plásticos a áreas especializadas de alto valor e de baixo volume de aplicação. Se cruzados os segmentos de atividade que consomem plásticos, com os vários tipos de plásticos, pode-se constatar que o setor dos edifícios e construção é o 2.º maior consumidor de plástico, ou talvez o primeiro, se considerarmos as embalagens.