Portimão aposta na Recolha Seletiva de Resíduos Orgânicos e desvia toneladas de restos de comida do aterro

Depois de 20 anos, altura em que o Município de Portimão assumiu o importante desafio de implementar um projeto inovador, com a instalação de Ilhas Ecológicas, chegou o momento de dar um passo em frente e avançar com a Recolha Seletiva de Resíduos Orgânicos.

A instalação progressiva dos ecopontos, com um design mais atraente e melhores condições para acondicionar as matérias recicláveis, permitiram ao município registar, durante anos, a mais alta taxa de recicláveis da região do Algarve. No presente, o comportamento dos portimonenses continua exemplar e de acordo com os dados da ALGAR, referentes a 2020, Portimão é um dos dois concelhos que mais recicla.

Conscientes que a mudança de comportamentos é um processo que requer resiliência, leva o seu tempo e muitos ajustes, o município acredita no sucesso do projeto e está confiante na capacidade de adaptação da comunidade ao novo hábito, que vai permitir valorizar matéria orgânica e diminuir o volume de lixo depositado em aterro, que se traduz num desperdício de recursos e tem consequências ambientais e financeiras.

Foi com este objetivo em vista, que a Empresa Municipal de Águas e Resíduos de PortimãoEMARP, SA., responsável pela recolha de resíduos indiferenciados, iniciou, em março deste ano, a recolha do novo fluxo, denominado orgânicos (restos de comida).

O projeto-piloto, desenvolvido no âmbito de uma candidatura aprovada pelo PO SEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos), abrange 13.836 alojamentos, o equivalente a 19.353 habitantes (35% da população) e arrancou, inicialmente, junto dos restaurantes, com uma aderência significativa de 56 estabelecimentos, 16 escolas e IPSS das freguesias de Portimão e Alvor. Atualmente já se estendeu a toda a população residencial da área-piloto.

Como é que na prática a Recolha Seletiva dos Resíduos Orgânicos vai funcionar?

Existem dois modelos de recolha:

A Recolha Seletiva de Proximidade, que consiste na deposição dos restos de comida, previamente separados pelos munícipes, em suas casas, nos 144 contentores, instalados junto aos ecopontos. E para este efeito, como incentivo, está a ser oferecido um balde de 7 l à população que integra a área do projeto.

Posteriormente a matéria orgânica depositada na contentorização de exterior é recolhida por uma viatura específica da EMARP e transportada para a Central de Valorização Orgânica da ALGAR.

A Recolha Seletiva de PaP (porta à porta) é feita diretamente nos estabelecimentos comerciais e instituições aderentes ao projeto.

A recolha do novo fluxo, já permitiu, de março a agosto, desviar do aterro 300 toneladas de restos de comida, que serão devolvidas aos solos sob a forma fertilizante 100% natural, que servirá as atividades de agricultura e jardinagem.

Está na hora! – Portimão Valoriza

“Está na Hora!” foi o mote que marcou o arranque da campanha de comunicação da recolha seletiva de resíduos orgânicos, que ganhou forma debaixo da chancela “Portimão Valoriza” e apresentou a sua mascote, a “Marafada”, uma minhoca simpática e ecologista, que tem a missão de salvar os restos de comida (resíduos orgânicos) do aterro, aproveitando o enorme potencial de valorização deste recurso, possibilitando a sua transformação em Fertilizante 100 % Natural.

Apostar na Redução dos resíduos, na sua Reutilização, na Valorização e Reciclagem é sem dúvida o único caminho sustentável a ser percorrido. No município de Portimão expecta-se que a partir do dia 1 de janeiro de 2024, data em que a recolha seletiva ou a sua separação e reciclagem na origem passa a ser obrigatória para todos os municípios portugueses, estejam criadas as condições que permitam cumprir a obrigatoriedade.

*Este artigo foi incluído na edição 96 da Ambiente Magazine