Portugal continua a atingir metas de reciclagem à exceção do vidro

No primeiro trimestre de 2023, foram recolhidas 108.368 toneladas de embalagens nos ecopontos nacionais, um aumento de 3% em comparação com o período homólogo de 2022. A Sociedade Ponto Verde reconhece este sinal positivo, mas alerta para a reciclagem do vidro, que diminuiu nos primeiros três meses do ano.

Os dados mais recentes do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos e Embalagens (SIGRE) mostram que, entre janeiro e março, o vidro foi reciclado menos 2%. Esta descida significa que, nos primeiros três meses deste ano, foi recolhida menos cerca de uma tonalidade de vidro do que no mesmo período de 2022.

Considerando que a atual taxa de reciclagem nacional deste material é de 56% e que o objetivo é alcançar os 75%, até 2025, a Sociedade Ponto Verde assume, em comunicado, que “é fundamental” mobilizar ainda mais os portugueses para esta questão. Segundo a entidade, será preciso que cada cidadão recicle, pelo menos, mais duas garrafas de vidro por mês, para que as metas sejam “não só cumpridas como superadas”.

“As campanhas de comunicação e de sensibilização da Sociedade Ponto Verde, centradas na reciclagem de embalagens, estão permanentemente a acontecer, e este é o único fluxo urbano a cumprir com as metas nacionais, com exceção do vidro”, afirma Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde.

Para a responsável, convocar todos é assim fundamental, “quando o país tem novas metas para alcançar, não só nas embalagens como noutros materiais que fazem parte do nosso dia-a-dia enquanto consumidores” “como o alumínio, o papel/cartão ou o plástico”.

Para que isso aconteça, é preciso mais separação, mas não só. Segundo Ana Trigo de Morais, melhorar o serviço de recolha municipal é igualmente importante.

De acordo com os dados do SIGRE, no primeiro trimestre de 2023, foram encaminhadas para reciclagem ainda 36.620 toneladas de papel/cartão (+9%) e 19.589 toneladas de plástico (+2%), face a igual período em 2022. O crescimento mais significativo verificou-se nas embalagens de cartão para alimentos líquidos (ECAL), cuja reciclagem ascendeu às 2.161 toneladas (+10%).