Portugal está “muito pouco exposto ao fornecimento de gás russo”, assegura ministro

Realizou-se esta segunda-feira, 2 de maio, a primeira reunião extraordinária , entre os Ministros com a pasta da Energia da União Europeia (UE), após a Rússia ter suspendido o fornecimento de gás natural à Polónia e à Bulgária. 

“Foi demonstrada solidariedade por todos os países da UE em relação aos países afetados pela decisão tomada pela empresa estatal russa GAZPROM de ter suspendido o fornecimento aos dois Estados-membros”, começou por afirmar Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente e da Ação Climática, destacando ter ficado bem presente a  “necessidade clara” de se “acelerar todos os processos de coordenação e mecanismos de solidariedade e dar prioridade à adoção de medidas legislativas relativamente ao reforço da capacidade armazenamento dos Estados-membros”, bem como “a rapidez no processo de compras coletivas por parte da União relativamente a gás e hidrogénio”. O objetivo, tal como indica o chefe da pasta do Ambiente, é garantir a oferta a preços acessíveis a todos os países da União: “Foi também reforçada a dimensão da cooperação regional e uma expectativa que, rapidamente, seja apresentada por parte da Comissão, em maio, o plano REPowerEU que procura responder a muitas destas questões”.

No caso de Portugal, Duarte Cordeiro assegura que o país está “muito pouco exposto ao fornecimento de gás russo”, sendo que, no ano passado, registou-se “menos de 10% de importação de gás russo: somos abastecidos por gás natural, através do Terminal de Sines, e os nossos níveis de abastecimento estão hoje em mais de 85% da nossa capacidade total”. Até à data, “não temos nenhuma razão para termos problemas ao nível de entregas”, sustenta. 

Nesta Reunião, ficou ainda bem presente aquela que é a posição de Portugal sobre o “reforço” e “fortalecimento” na “diversificação de rotas” e “fornecedores” da União, aproveitando da melhor forma os “canais GNL existentes”, como é o caso de Sines: “Se isso for feito, Portugal pode reforçar apoio e ajuda no fornecimento de gás natural a toda a Europa”, declara. Reforçar as interligações europeias ao nível da energia, em particular, a “Portugal e Espanha”, bem como a “Espanha e França”, também foi um aspeto evidenciado neste Conselho extraordinário: “Deve ser disponibilizado financiamento europeu para estas infraestruturas, que hoje poderão ser usadas no gás, mas amanhã em gás renovável ou hidrogénio”.

Para dar resposta ao efeito imediato desta crise – preço do gás na UE – o Ministro destacou a “grande expectativa” relativamente à “plataforma de compras conjunta a nível europeu”, destacando ainda os esforços que estão a ser depositados naquilo que é a “exceção ibérica”, reconhecida no último Conselho europeu, e, em conjunto com Espanha, na “finalização do mecanismo que permite dissociar o preço do gás do preço da eletricidade”.