Produção de alimentos desperdiçados necessita de água correspondente a 65 barragens do Alqueva, alerta grupo Jerónimo Martins

Tiago Gama Silva, que esteve em representação do Grupo Jerónimo Martins, no seminário “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: Consulta Pública junto da Sociedade Civil e Aliança para os ODS”, salientou que o grupo de distribuição alimentar se juntou à Global Compact Network Portugal (GCNP) – no seu objetivo de reunir organizações em prol da concretização dos 17 ODS aprovados pela ONU – porque acredita que “acreditamos que é possível fazer a diferença através daquele que é o nosso negócio, que é a alimentação”. “O combate ao desperdício alimentar é um tema que nos é próximo e entendemos que é uma forma destes ODS serem cumpridos. Os desafios que se colocam à sociedade nos dias de hoje são a nossa motivação para este compromisso que materializamos nos ODS, de promover a erradicação da pobreza e da fome, de fomentar a inovação e incentivar a produção e consumo sustentáveis”, sublinhou.

Tiago Gama Silva recordou que “360 mil portugueses” passam fome “todos os dias” e que, paradoxalmente, “também em Portugal desperdiçamos cerca de um milhão de toneladas de alimentos todos os anos”.

“O aumento da população vai obrigar a uma produção de mais de 70% daquilo que é a produção agrícola em todo o mundo. Mas, posso dizer-vos que os alimentos que são desperdiçados necessitam, para serem produzidos, de 260 quilómetros cúbicos de água – o que corresponde a 65 barragens do Alqueva – só para produzir alimentos que vão para deposição, o que representa uma pegada de carbono significativa”, revelou.

O Grupo Jerónimo Martins acredita que os ODS são “um horizonte de esperança para muitos povos deste planeta”, lembrando que, “em mais de 15 anos, muitos países investiram com sucesso em soluções para combater as suas dificuldades conseguindo, por exemplo, uma diminuição da mortalidade infantil, uma melhoria dos indicies de escolarização e um maior acesso à água potável”.