Produção hídrica triplica e consumo de gás natural cai no primeiro trimestre de 2023

No primeiro trimestre de 2023, Portugal produziu o triplo da quantidade de energia hídrica, relativamente à quantidade registada no período homólogo de 2022. O gás natural para a produção de eletricidade, pelo contrário, teve uma queda acentuada, em cerca de 36%. Os dados foram avançados pela Agência para a Energia (ADENE).

No seguimento do anúncio, sabe-se que o consumo de energia elétrica em Portugal, de janeiro a março deste ano, totalizou 13.492 GWh, um aumento de 2,1% face ao mesmo período de 2022, em que o consumo representava 13.216 GWh.

De acordo com os dados do Observatório de Energia, as energias renováveis abasteceram 72% do consumo de eletricidade em Portugal, enquanto que as não renováveis 19% e os restantes 9% (saldo importador).

A distribuição do abastecimento do consumo de eletricidade teve a seguinte repartição: hídrica 34,0%, eólica 27,3%, a térmica não renovável 19,1% (essencialmente gás natural) saldo importador 8,9%, biomassa 5,7%, solar fotovoltaico 5,1%.

O Observatório de Energia também apresentou os dados respeitantes ao consumo de gás natural, que, no primeiro trimestre de 2023, representou um consumo de 12 895 GWh. A utilização deste recurso diminui em 19,6% face ao período homólogo, em que o consumo era de 16.035 GWh.

No mesmo período, o mercado elétrico, que corresponde ao gás natural consumido nas centrais de ciclo combinado para a produção de eletricidade, foi responsável por aproximadamente 33% do consumo, sendo os restantes 67% destinados ao mercado convencional. No mesmo período do ano passado, o mercado elétrico representava 44% e o mercado convencional 56%.

No primeiro trimestre do ano corrente, a maior fatia de gás natural importado para Portugal veio dos Estados Unidos da América, com uma quota de 46,3%. Seguiu-se a Nigéria, com 31,9%, e o gás importado através das interligações com Espanha (12,7%) e a Rússia (9,2%).

Em igual período do ano passado, quem liderava o fornecimento de gás natural era a Nigéria, com uma quota de 56,0%, seguida dos E.U.A. (32,9%), da Rússia (6,2%) e de Trinidad e Tobago (4,9%).