Programa “Aldeias Suberprotegidas” nasce para “fomentar a resiliência da floresta portuguesa”

O programa “Aldeias SuberProtegidas”, resultado de uma parceria entre a Quercus e Corticeira Amorim, arrancou a 23 de novembro, com um projeto-piloto em Unhais da Serra. Nesta localidade, afetada por um grande incêndio em 2018, foram plantados 500 sobreiros e 50 azinheiras. Alexandra Azevedo, presidente da Direção Nacional da Quercus, falou com a Ambiente Magazine.

 

Qual o compromisso do programa “Aldeias Suberprotegidas”?

Alexandra Azevedo, presidente da Direção Nacional da Quercus

O programa “Aldeias SuberProtegidas” tem como compromisso principal a prevenção de incêndios rurais através da melhoria da resiliência dos espaços florestais e da elevação da qualidade de vida nas aldeias em áreas de alto risco. Isso inclui a criação de faixas de proteção com sobreiros e outras espécies autóctones, promovendo a biodiversidade e facilitando a adaptação às mudanças climáticas. Obviamente, o programa também promove a cidadania ativa e o desenvolvimento social nas comunidades abrangidas, ao estimulá-las para se envolverem na iniciativa.

Como surgiu a colaboração entre a QUERCUS e a Corticeira Amorim?

 A relação da Corticeira Amorim com a Quercus é histórica; tem muitos anos – mais de duas décadas; largos anos de promoção, defesa da floresta portuguesa em especial da floresta de sobreiro. Nestes anos temos lançado em comum vários projetos de relevância nacional como o Green Cork, o Green Cork Escolas, Floresta Comum, entre outros que têm o foco não só na promoção e conservação da floresta, nomeadamente do montado, como na promoção da economia circular tendo a preocupação de envolver a comunidade neste esforço comum por um planeta mais sustentável.

No que diz respeito a este programa em específico, a colaboração entre a QUERCUS e a Corticeira Amorim nasceu de um interesse mútuo em fomentar a sustentabilidade ambiental e a resiliência da floresta portuguesa nomeadamente da floresta de sobreiro em Portugal. Como disse, a Quercus reconhece na Corticeira Amorim uma entidade fortemente empenhada na sustentabilidade, tendo-a identificado como um parceiro estratégico para a implementação de iniciativas que aliam a conservação ambiental ao desenvolvimento socioeconómico das comunidades rurais.

Isto é possível graças às características únicas do sobreiro, que fornece a cortiça, matéria-prima fundamental para a operação da empresa e para a economia nacional.

A iniciativa foi lançada em Unhais da Serra. Que outras zonas poderão ser abrangidas?

 A iniciativa de Unhais da Serra foi lançada como projeto piloto. Atualmente estão a ser preparadas mais duas iniciativas neste âmbito. Segue-se a divulgação de um regulamento que definirá as regras para projetos futuros e onde se prevê que outras aldeias possam a apresentar uma candidatura que será alvo de análise.

Como é que as aldeias se podem candidatar ao programa?

Seguindo um modelo que já existe atualmente através do Floresta Comum, as aldeias interessadas em se juntar ao programa “Aldeias SuberProtegidas”. Podem candidatar-se através de um processo de seleção que será detalhado brevemente pela Quercus através de um regulamento específico. Este processo envolverá a avaliação das necessidades específicas de cada aldeia, considerando fatores como o risco de incêndio, a importância ecológica da área, e a capacidade da comunidade local para se envolver no projeto. Será dada prioridade às aldeias que demonstram um forte compromisso com a sustentabilidade, proteção ambiental e envolvimento com comunidade.

A meta de 20 mil árvores tem um prazo (idealizado)?

Temos a ambição de atingir a plantação de 20 mil árvores na próxima época de plantações 2024/2025.

Qual o investimento neste projeto?

Atualmente estamos em fase de projetos piloto e o investimento será sobretudo em trazer notoriedade ao programa para que ele possa ser uma realidade. No futuro, o investimento necessário para cada projeto vai depender das candidaturas apresentadas e será calculado caso a caso.