Programa de Reprodução em Cativeiro do Lince-Ibérico regista nascimento de 62 crias só em 2025
O Programa de Conservação Ex Situ do Lince-Ibérico atingiu em 2025 um dos seus marcos mais relevantes: o nascimento de 62 crias na rede de centros de reprodução, das quais 48 sobreviveram até à data. Trata-se do valor mais elevado registado nas últimas temporadas, consolidando o papel do programa como motor de recuperação desta espécie emblemática.
Na época reprodutora deste ano foram formados 32 casais, que deram origem a 25 gestações completas. Entre finais de fevereiro e início de maio nasceram as 62 crias, com uma taxa de sobrevivência inicial de 77% (23 machos e 25 fêmeas). Nove delas permanecerão em cativeiro como reposição de reprodutores (cinco machos e quatro fêmeas), juntando-se a elas a fêmea Vidar — um exemplar cego proveniente da população selvagem de Doñana. Caso se confirme a aptidão clínica e comportamental dos restantes 39 indivíduos, estes serão libertados na natureza no início de 2026, reforçando as populações selvagens.
No período 2023-2025, os exemplares nascidos em cativeiro reforçaram populações selvagens em Múrcia, Castela e Leão, Andaluzia, Castela-La Mancha e Estremadura, ampliando a área de distribuição histórica da espécie.
Graças também à libertação de 424 exemplares em Espanha e Portugal, a espécie melhorou o seu estatuto na Lista Vermelha da UICN, passando de “Em Perigo Crítico” para “Vulnerável”. Brisa, uma das primeiras crias históricas, continua viva e pode hoje ser visitada no Parque Zoológico Terra Natura Murcia.
Planificação para o futuro
A 7 de outubro de 2025 realizou-se uma nova reunião do Comité de Criação em Cativeiro do Lince-Ibérico (CCCLI), órgão consultivo do programa. Foram analisados os resultados mais recentes e delineadas as estratégias para garantir a sustentabilidade a longo prazo do Programa Ex Situ, sempre em coordenação com as necessidades das populações selvagens e com o objetivo de alcançar o Estado de Conservação Favorável definido pela Diretiva Habitats.
O Programa continuará a reproduzir ao mesmo ritmo dos anos anteriores, considerando as necessidades futuras dos programas de reintrodução e as necessidades de reposição de reprodutores. Neste contexto, os centros de criação preveem formar 30 casais reprodutores em 2026, seguindo as recomendações genéticas mais adequadas para satisfazer as futuras exigências dos programas de reintrodução.