Projetos de conservação da natureza da Palombar recebem apoio 

A Associação Viridia – Conservation in Action assinou recentemente dois protocolos de colaboração com a Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural com o objetivo de cofinanciar dois novos projetos da organização: “LIFE Aegypius return” e “Unidade de Paisagem para o Restauro do Solo e dos Habitats de Algoso – UP4REHAB”.

Num comunicado, a Palombar afirma que apoio financeiro reforça a capacidade operacional e de execução dos projetos: “Sentinelas – Rede de Monitorização de Ameaças para a Fauna Silvestre” e “HotSpot de Biodiversidade de Algoso”.

LIFE Aegypius return 

O projeto “LIFE Aegypius return”, aprovado este ano, é financiado pelo Programa LIFE da União Europeia e tem como objetivo principal consolidar e expandir a população ocidental de abutre-negro (Aegypius monachus) em Portugal e no oeste de Espanha, pretendendo, no curto prazo, duplicar a população reprodutora desta espécie no país. É também uma meta aumentar o sucesso reprodutivo do abutre-preto, melhorando o seu estatuto de ameaça, para que passe de “Criticamente em Perigo” para, pelo menos, “Em perigo”. Este projeto é coordenado, a nível nacional, pela Vulture Conservation Foundation (VCF), e, além da Palombar, tem vários outros parceiros. O apoio dado pela Viridia é essencial para o sucesso da implementação deste projeto e para a sua sustentabilidade, tendo em conta que este não é financiado a 100%, e o cofinanciamento torna-se, assim, fundamental para a sua execução efetiva no terreno por parte da Palombar.

As ações desenvolvidas no âmbito do projeto Sentinelas e que servirão de base para a implementação do “LIFE Aegypius return”, que arrancou neste mês de setembro de 2022, são também potenciadas pelo financiamento da Viridia, o que permite estruturar de forma mais robusta as bases para o início deste novo projeto.

Em causa estão ações das vertentes centrais do Sentinelas, iniciado em 2019, que passam por monitorizar, através da marcação com dispositivos GPS, espécies sentinelas de aves e mamíferos que são mais afetadas por diversas formas de perseguição ilegal, bem como por outro tipo de ameaças de origem antrópica; avaliar a vulnerabilidade das espécies de fauna silvestre ao uso ilegal de venenos e analisar as perceções sociais e os níveis de tolerância de diferentes grupos de interesse relativamente às espécies de fauna silvestre.

Unidade de Paisagem para o Restauro do Solo e dos Habitats de Algoso – UP4REHAB

Outro novo projeto da Palombar que recebeu cofinanciamento da Viridia foi o “Unidade de Paisagem para o Restauro do Solo e dos Habitats de Algoso – UP4REHAB”. O seu propósito central é melhorar a qualidade do solo para aumentar a sua resiliência e resposta ao processo de desertificação e às alterações climáticas, nomeadamente aos incêndios, e promover o restauro de montados de sobro, através da reconversão de eucaliptais para este habitat, bem como promover a sua conservação e gestão sustentável.

Este projeto permitirá dar continuidade às ações do HotSpot de Biodiversidade, localizado na aldeia de Algoso, no concelho de Vimioso, distrito de Bragança. Desenvolvido pela Palombar, em parceria com a Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino, este projeto, iniciado em 2019, está a restaurar e a promover a salvaguarda da biodiversidade na Zona Especial de Conservação Rios Sabor e Maçãs da Rede Natura 2000, abrangida pelos concelhos de Vimioso e Mogadouro, através da criação de uma micro-reserva onde estão a ser aplicadas medidas de conservação em habitats prioritários, restauro ecológico em áreas artificializadas e campanhas de educação ambiental.

“A parceria estabelecida com a Viridia é um marco na história associativa da Palombar. Mais do que um apoio financeiro, é o reconhecimento inequívoco do percurso que fizemos e estamos a traçar, da estratégia que procuramos implementar e do futuro que almejamos na proteção e conservação da natureza e na incessante procura por uma coexistência pacífica com o mundo natural”, declara José Pereira, presidente da Palombar, citado numa nota.

Para a Palombar, “o cofinanciamento concedido aos projetos é essencial para que se consiga implementar, no terreno, ações de conservação da biodiversidade e dos ecossistemas em áreas prioritárias no país, de forma a tornar o território mais resiliente face às ameaças para a sustentabilidade da vida na Terra e para assegurar um presente-futuro que garanta a conciliação entre o binómio humanidade/natureza, em prol da proteção de todas as formas de vida e dos seus habitats”.