Quase metade das empresas ainda não implementou iniciativas de sustentabilidade

Apesar de as empresas industriais estarem a estabelecer objetivos de sustentabilidade ambiciosos, cerca de metade (48%) ainda não tomou as medidas necessárias para os cumprir. Esta é uma das conclusões de um estudo da Schneider Electric e da Omdia que visa compreender melhor os objetivos de sustentabilidade das empresas de produção industrial e a maturidade das suas iniciativas de sustentabilidade.

O estudo aponta que mais de metade (57%) dos inquiridos pretende atingir as zero emissões de gases com efeito de estufa (GEE). São propensos a considerar a redução do consumo de energia como o fator-chave na sua decisão de investir em iniciativas de sustentabilidade operacional e 49% espera também um melhor desempenho e poupança de custos.

No entanto, quase metade (48%) ainda não implementou completamente as suas iniciativas de sustentabilidade, e menos de um terço (30%) está no bom caminho para atingir os seus objetivos.

Estes resultados, de acordo com as empresas, representam uma oportunidade significativa para a ação industrial em iniciativas de sustentabilidade, e revelam o potencial para mudanças imediatas e duradouras.

A tecnologia alimenta as iniciativas de sustentabilidade

A investigação inquiriu centenas de empresas industriais de várias dimensões dos setores de alimentação e bebidas, ciências da vida, semicondutores e eletrónica, química, petróleo e gás e automóvel na América do Norte, Europa, Médio Oriente e África e Ásia. Os líderes destas indústrias compreendem o valor da tecnologia na hora de medir e reduzir o seu impacto ambiental.

As empresas industriais estão a explorar uma variedade de soluções para melhorar a sua sustentabilidade, seja direta ou indiretamente, e identificaram as cinco principais tecnologias que terão maior impacto nas suas iniciativas:

  • Automação mais eficiente
  • Sistemas de gestão de energia
  • Tecnologias Cloud
  • Monitorização da cadeia de abastecimento
  • Mais sensores.

O investimento nestas áreas já está a decorrer: “54% dos inquiridos já está a utilizar tecnologia de gémeos digitais para (re)desenhar instalações com a sustentabilidade em mente, e mais de 50% prevê que dentro de três anos terá implementado sistemas de gestão de energia e energias renováveis”. Outros projetos já em curso incluem a gestão ambiental e a gestão do desempenho de sustentabilidade.

Impulsionar a mudança

Embora alguns desafios sejam tecnológicos, a investigação destacou algumas barreiras organizacionais que ainda é necessário ultrapassar. Neste sentido, “quase um quarto (23%) dos inquiridos vê as prioridades competitivas como um desafio, enquanto a mudança cultural é relevante para 19%”. Muitos afirmaram que as iniciativas de sustentabilidade requerem uma força motriz: “de facto, 78% apontam que um executivo de nível sénior é responsável pelos esforços de sustentabilidade da sua organização”, indica a análise.

De acordo com Barbara Frei, executive vice president da Industrial Automation da Schneider Electric, “o setor da produção industrial está a compreender cada vez mais o valor dos objetivos de sustentabilidade e eficiência. Há agora provas claras de que a valorização das pessoas e do planeta conduz a lucros mais elevados”. No entanto, “esta mudança vai exigir uma evolução do pensamento tradicional, tornando a sustentabilidade e o bem-estar uma parte central dos processos, hardware, software e da cultura organizacional para identificar ineficiências e desperdício. É aqui que começa a próxima geração da indústria”, acrescenta.

Estratégias para o sucesso

Para cumprir com os objetivos de sustentabilidade, as empresas industriais precisam de uma estratégia clara e de dados que a sustentem. A tecnologia será um facilitador-chave, incluindo ferramentas de deteção e visualização melhoradas para captar dados de sustentabilidade e conseguir conhecimentos acionáveis.

“Existe uma enorme oportunidade para as empresas industriais. Muitas têm de enfrentar operações de utilização intensiva de energia e de resíduos. Tirar partido das energias renováveis, reciclagem e modelos circulares não apenas vai beneficiar o ambiente, como também proporcionar um retorno significativo de valor,” refere Alex West, Senior Principal Analyst, IoT and Sustainability da Omdia.