Quebra no investimento levará a escassez de 4,5 milhões de barris por dia em 2035

A produção de petróleo a nível mundial pode enfrentar uma escassez de 4,5 milhões de barris por dia se os investimentos na exploração não forem aprofundados, considera a consultora especializada nesta área Wood Mackenzie. “O mercado mundial de petróleo pode enfrentar uma escassez de 4,5 milhões de barris por dia em 2035 se o sucesso nas explorações não melhorar”, lê-se num estudo desta consultora especializada em questões energéticas.

A Wood Mackenzie diz que “as descobertas nos últimos anos têm sido desapontantes, com o volume de líquidos descobertos anualmente a reduzir-se para mais de metade de 2008 a 2015” devido à quebra dos preços do petróleo, que vão levar a que, neste ano, a indústria vá investir apenas metade dos níveis dos últimos anos.

Como desde a decisão de investimento inicial até ao início da produção passam, em média, vários anos, a Wood Mackenzie diz que “apesar de as significativas descobertas da década de 2000 serem fundamentais para garantir a oferta de petróleo a médio prazo, a não ser que os resultados da exploração melhorem, a subida sustentada da oferta a longo prazo vai tornar-se insustentável”.

Citado no estudo, o vice-presidente da consultora com a área da pesquisa de exploração, Andrew Latham, diz que “o volume descoberto entre 2008 a 2011 foi de 19 mil milhões de barris, o que compara com os 8 mil milhões entre 2012 e 2015”.

A redução do preço do petróleo, que caiu mais de metade desde meados de 2014, levou as companhias petrolífera a encetarem ambiciosos planos de redução da despesa e do investimento para manterem o retorno para os acionistas, o que afeta as perspetivas de manutenção dos rendimentos a médio e longo prazo.

“Os níveis de atividade [por causa disso] sofreram um impacto: apenas 2,9 mil milhões de barris de líquidos foram descobertos em 2015 a nível mundial”, acrescenta o responsável, estimando que a indústria deva invetir apenas 40 mil milhões de dólares na exploração e avaliação entre 2016 e 2018, menos de metade do investimento entre 2012 e 2014″.