Quercus apela ao encerramento das centrais a carvão de Pego e Sines

Depois da China ter anunciado o cancelamento de 100 novas centrais a carvão, a Quercus volta a reforçar a ideia de que Portugal não deve prolongar o tempo útil de vida das centrais do Pego, em Abrantes, e de Sines, em Setúbal, com encerramento previsto para o início da próxima década.

Segundo afirma a organização em comunicado, a produção de eletricidade a partir do carvão “é a maior fonte de emissão de gases com efeito de estufa (GEE), responsáveis pelo aquecimento global”. Isto resulta em emissões de GEE equivalentes a 600 mil automóveis.

Em Portugal, a central do Pego (43,75% detida pela Endesa), termina o contrato com o Estado Português em 2021 e ainda não há perspetivas quanto ao seu encerramento definito. Já o contrato com a central de Sines, considerada uma das mais poluentes da Europa, termina este ano, embora a EDP já admitido manter a central em funcionamento para além desta data.

A organização considera que o seu encerramento “deverá proporcionar um equilíbrio de condições para complementar a produção de eletricidade renovável com as centrais de ciclo combinado a gás natural, que apresentam um melhor desempenho ambiental e que têm estado praticamente paradas”.

Lembra ainda que, em novembro de 2016, durante a COP22 em Marraquexe, o Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, assumiu como prioridade política o processo de deixar de utilizar o carvão como fonte de energia para produção de eletricidade. Ainda assim, de acordo com dados avançados pela associação, o carvão correspondeu a 12,5% do mix distribuído pela EDP Serviço Universal, em 2015. Por sua vez, no caso da Endesa, e para o mesmo ano, o carvão representou 42,67%. Além disso, também em 2015, o carvão foi responsável por mais de 28% da eletricidade produzida em Portugal.

“Se o nosso país e a União Europeia pretendem, de facto, honrar seriamente os compromissos climáticos assumidos, investindo na transformação do setor de energia e na descarbonização da economia, é fundamental a eliminação do carvão do mix energético nacional”, sublinha.