Quercus associa-se ao protesto dos cidadãos contra o abate de árvores centenárias em Vila Nova de Paiva

No âmbito de um projeto de requalificação urbana, está previsto o abate de árvores centenárias, que fazem parte do património, imagem e memória coletiva de Vila Nova de Paiva. Neste sentido, prevê-se a “substituição das árvores e jardins por um espaço inerte de betão e lajes de granito”, pode ler-se no comunicado enviado pela Quercus. Face ao impacto “muito significativo” desta ação, ao nível ambiental, patrimonial e paisagístico, está a decorrer uma petição, que em poucas horas, angariou mais de seis centenas de assinaturas.

A Quercus associa-se ao protesto dos cidadãos de Vila Nova de Paiva e considera que árvores centenárias que marcaram várias gerações não podem ser descartadas de um momento para o outro como se fossem uma embalagem de plástico.

Segundo a Querucus, “estamos num planeta em que todas as árvores contam para fazer face aos problemas da perda de biodiversidade e às alterações climáticas, este tipo de abate gratuito não faz qualquer sentido”. O abate, a acontecer, será um “péssimo exemplo às gerações mais novas” pois é necessário fazer passar a mensagem que “as árvores são importantes e devem ser preservadas, e não a mensagem de que as árvores são seres sem importância que que podem ser eliminadas por um qualquer capricho”.

A Quercus chama também a atenção para o facto da época das podas ser de novembro a janeiro quando as árvores estão em paragem vegetativa. Neste sentido, o corte de árvores só se justifica em caso de “risco iminente de queda, total ou parcial, que possa causar danos em pessoas e bens”. Assim a avaliação deve ser feira árvore a árvore com recurso a especialistas e equipamento próprio de modo a obter um correto diagnóstico que possa servir de apoio às decisões de gestão do arvoredo. “Não temos conhecimento de nenhum procedimento deste tipo neste caso de Vila Nova de Paiva, o que não é certamente por falta de recursos uma vez entidades que têm todos os recursos para efetuar este tipo de avaliações, como por exemplo o Instituto Politécnico de Viseu ou a UTAD”, sublinha a Associação.

As tílias foram plantadas em 1913 pela população local, havendo registo fotográfico deste acontecimento. Os carvalhos do Largo da Restauração terão começado a ser plantados há 400 anos, também pela população, tendo sido entregue às famílias o seu usufruto. Há ainda um jardim, onde existem diversas árvores de outras espécies, algumas delas também elas centenárias, que irá dar lugar a um parque estacionamento.