Quercus felicita Ministério do Ambiente por Programa de Apoio a Edifícios Sustentáveis

A Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza – congratula o Ministério do Ambiente e da Ação Climática pelo lançamento do Programa de Apoio a Edifícios Sustentáveis.

Na sessão de apresentação do programa, foi referido que o setor dos edifícios é responsável por 30% consumo de energia e 5% da geração de emissões com Gases Efeito de Estufa (GEE), pelo que esta associação felicita o ministro do Ambiente e Ação Climática por se ter referido ao programa de reabilitação, evocando “meios passivos de obtenção de eficiência energética”, “materiais de construção naturais e que não derivem do petróleo” ou a “integração de reciclados nos materiais de construção”.

Para a Quercus, a reabilitação de edifícios poderá favorecer as necessidades ambientais do setor da construção, algo que está em sintonia com os alertas da associação, que lançou no ano passado o projeto ECOCASA. Este informa os portugueses sobre materiais mais sustentáveis e formas de obtenção de eficiência hídrica e energética nos edifícios. A Quercus laçou também já outro simulador de eficiência hídrica, estando atualmente a trabalhar o modelo de um simulador que privilegie os meios passivos de obtenção de eficiência energética nos edifícios.

No mesmo comunicado, a associação lembra que entre fevereiro e agosto de 2017, foi disponibilizado um inquérito para averiguar se os portugueses consideravam a sua casa ‘fria’, ‘quente’ ou ‘confortável’. Cerca de 74% dos portugueses consideram as suas casas frias no inverno, 25% consideram as suas casas quentes no verão e apenas 1% dos portugueses considera a sua casa termicamente confortável. Dos 74% que consideraram a sua casa fria no inverno, foram 21% os que também consideraram haver um aumento significativo de energia – de quase o dobro – para manter o conforto. Por esta razão, “a obtenção de eficiência energética através de meios passivos (que não consomem energia) é fundamental”, declara.

Por outro lado, a Quercus recorda que, até 2020, Portugal se comprometeu, através do Plano de Ação para a Economia Circular (PAEC), a adotar conceitos como a reutilização, a reparação e a renovação de materiais e energia. E, de acordo com o CIB (Conseil International du Bâtiment), a indústria da construção é o setor de atividades humanas que mais consome recursos naturais e utiliza energia de forma intensiva, desde a produção dos materiais até à execução da obra e sua operação ao longo da vida útil do edifício, gerando consideráveis impactes ambientais. O setor apropria-se de cerca de 75% de tudo que é extraído da natureza. Destes 75%, apenas entre 25% a 50% são realmente utilizados, sendo que quase metade é desperdiçado, através da geração de resíduos, alerta a Quercus.

Assim sendo, para a Quercus, a “seleção de materiais mais sustentáveis na reabilitação e construção é fundamental para a sustentabilidade no setor da construção”. A associação espera, assim, que este programa seja “rigoroso no financiamento de soluções que vão ao encontro da verdadeira sustentabilidade nos edifícios”.