Quercus lamenta que a posição de quatro países possa comprometer o papel da Europa como líder no combate às alterações climáticas

A Quercus considera preocupante que os governos da Estónia, Hungria, Polónia e República Checa possam debilitar a estratégia de longo prazo que a União Europeia deverá apresentar à Organização das Nações Unidas, em setembro, no seguimento do Acordo de Paris. Em comunicado, a Associação Nacional De Conservação Da Natureza considera alarmante que os governos destes quatro países, impulsionados pelos interesses das suas indústrias poluidoras, adiem a tomada de decisões importantes das quais depende o futuro das próximas gerações.

Em causa está a meta de zero emissões em 2050 que conta com o compromisso de quase todos os países europeus, tendo o Reino Unido sido a primeira grande economia do G7 a consagrar esse compromisso na lei. Portugal foi o primeiro país no mundo a afirmar o compromisso da neutralidade carbónica até 2050 e, recentemente, o Ministro do Ambiente e da Transição Energética voltou a frisar o empenho político e financeiro do Governo para chegar a um “modelo económico e social hipocarbónico e regenerativo de recursos”.

O impasse das discussões impediu também a revisão do orçamento da UE, ou Quadro Financeiro Plurianual (QFP), que definirá a fatia financeira a atribuir para o combate às alterações climáticas.
A Quercus reconhece que Portugal se tem esforçado por definir um plano ambicioso para atingir os compromissos do Acordo de Paris, que abrange vários setores. Porém, e tal como a Quercus já tinha apontado, a Comissão Europeia também assinalou, nas recomendações publicadas na semana passada sobre os Planos Nacionais de Energia e Clima, que as medidas previstas na área da eficiência energética são ainda insuficientes para atingir as metas ambicionadas.