Quercus: Parque Nacional Peneda-Gerês está a perder guerra contra árvores invasoras

A propósito do Dia Internacional das Florestas, que se celebra hoje, dia 21 de março, a Quercus lança o alerta para as conhecidíssimas acácias australianas, principalmente a acácia-mimosa ou mimosa (Acácia de albata) e a acácia-de-espigas (Acacia longifolia) que ocupam já milhares de hectares em Portugal e são uma séria ameaça em diversas áreas protegidas, como por exemplo no Parque Nacional da Peneda-Gerês e na Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto. Estas plantas invasoras deixam nos solos milhões de sementes por hectare que se mantêm viáveis durante décadas e que estão prontas a germinar em qualquer altura, em especial após os incêndios, refere a associação ambientalista, em comunicado.

O Parque Nacional da Peneda-Gerês tem os seus ecossistemas de florestas nativas e solos ameaçados pela invasão de acácias australianas. A Mimosa é uma das invasoras mais preocupantes em todo o mundo e especialmente em Portugal. Esta espécie ocupa já mais de 1.000 hectares no Parque Nacional da Peneda-Gerês, mas esta área poderá ser muito maior uma vez que não há medições atualizadas das áreas infestadas. Uma vez ocorrida a invasão é muito difícil e muito caro controlar a situação.

A Quercus lembra que um dos principais riscos associados à invasão por acácias australianas é o aumento da frequência e intensidade dos incêndios, visto que estas espécies produzem uma grande quantidade de material combustível, altamente inflamável, que se acumula no solo da floresta.

O fogo atua como um estimulante para a germinação das sementes desta espécie que, depois de um incêndio, invade rapidamente as áreas ardidas.

As consequências das mimosas nas florestas nativas vão além dos incêndios, esta espécie aniquila as espécies autóctones, altera a fertilidade do solo e reduz a disponibilidade de água para outras plantas.

Para evitar danos ainda mais sérios na biodiversidade do Parque da Peneda-Gerês, a Quercus recorda que é necessária a erradicação de novos focos de invasão e, acima de tudo, o controlo ou eliminação das populações de invasoras já estabelecidas. E, por isso, pede ao Estado que aumente o investimento financeiro para combater esta realidade. Atualmente o investimento no controlo das invasoras lenhosas nas áreas protegidas é quase nulo.

Também deve ser feita uma aposta na educação e sensibilização da sociedade e criar instrumentos legais que impeçam a proliferação destas espécies nos terrenos públicos e privados em todo o país