REA 2016: Governo pretende “elevar a educação ambiental”

O Governo pretende apostar e “elevar a educação ambiental” em Portugal a partir de uma estratégia orientada para cinco grandes domínios. O público escolar, o público empresarial, as instituições, onde consta Serralves, o Oceanário e outras, as ONGA’s (Organizações Não Governamentais de Ambiente) e os espaços protegidos, referiu ontem o ministro do Ambiente.

“Para o próximo ano, teremos cerca de 47 milhões de euros para desenvolver novos projetos, sendo que boa parte desses foram resultado de candidaturas às ONGA’s, autarquias, empresas e a todos aqueles que são os stakeholders que permitem desenvolver uma prática efetiva sobre o nosso território e nas condições ambientais do nosso país”, destacou João Pedro Matos Fernandes.

O ministro do Ambiente sublinhou estes e outros aspetos durante a cerimónia de apresentação do Relatório Estado do Ambiente (REA) 2016, referente aos dados de 2015, e do portal online do Estado do Ambiente, que ficará acessível brevemente.

Esse portal e o relatório apresentados, sublinha o governante, funcionam “como um repositório de fácil acesso”. Na sua perspetiva “é de facto, um exercício de transparência e é fundamental que não se traga para a disputa política, nomeadamente aquilo que é a junção de um conjunto de problemas fundamentais para o nosso bem estar”.

O portal funcionará assim, como um instrumento de consulta pública e generalizada que terá informação sobre as diversas áreas ambientais. “É muito melhor para o futuro do ambiente em Portugal, ter um conjunto de números bem calculados, ainda que o resultado nem sempre nos alegre, mas serve para que depois se possa fazer melhor. Aqui, sem dúvida que o relatório é exemplar”, acrescentou o ministro.

O governante aproveitou ainda a ocasião para destacar a estratégia do governo para a sustentabilidade assente em três domínios: “a valorização do território, a descarbonização e a importância da economia circular”.

A par do ministro do Ambiente, esteve também presente Nuno Lacasta, presidente da APA – Associação Portuguesa do Ambiente. Através deste portal, realça o responsável, acontece “uma mudança de paradigma” onde a informação que será apresentada servirá também para “análise e reflexão”.

Neste momento a “ser ultimado”, com o portal e a constante atualização de dados, deixa de ser necessário “esperar pelo relatório do ano seguinte”, acrescenta.

O REA 2016 divide-se nas áreas de Economia e Ambiente, Energia e Clima, Transportes, Ar, Água, Solo e Biodiversidade, Resíduos e Riscos Ambientais.

Entre os dados presentes no REA 2016, destacados pelo presidente da APA, está a taxa de produção de energia a partir de fontes renováveis em cerca de 51%. Neste aspeto, o responsável destacou o setor dos transportes, com um consumo de cerca de 36,5% da energia primária. No seu entender este é um setor importante, e os números parecem ainda “desalinhados com os de outros países europeus”.

Em relação à qualidade do ar, o índice situa esse indicador no “Bom”, onde o responsável ressalva a qualidade de água para consumo humano, como sendo “excelente”. Finalmente, destaque ainda para a produção de resíduos, onde os valores apontam para uma produção, no ano de 2014, “de aproximadamente 4,5 milhões de toneladas”, o que corresponde a uma capitação anual de 452 kg/(hab.ano).