Recolha de electrodomésticos porta-a-porta: um exemplo de co-responsabilidade entre entidade gestora e municípios

A recolha de electrodomésticos porta-a-porta, uma iniciativa pioneira do Electrão, que arrancou em 2021 e já permitiu recolher e enviar para reciclagem mais de 150 toneladas de equipamentos eléctricos na Área Metropolitana de Lisboa, é um exemplo de como é possível articular o trabalho de uma entidade gestora e dos municípios tendo em vista um objectivo comum: a reciclagem.

“O Electrão está a começar a revolucionar a forma como é processada a recolha e reciclagem de grandes equipamentos eléctricos. Não se limitou a ser um agente passivo, um mero gestor financeiro do sistema, e decidiu ir mais além em nome da protecção ambiental”, resume o Director-Geral Adjunto do Electrão, Ricardo Furtado.  “O aumento da reciclagem destes equipamentos eléctricos deve ser considerado um desígnio nacional que só pode ser alcançado com o contributo de todos os agentes da cadeia de valor, a começar pelos municípios”, vinca.

Ricardo Furtado

A recolha de resíduos urbanos é uma atribuição dos municípios, de acordo com a lei, e por isso esta iniciativa está a ser operacionalizada em parceria com as autarquias. Em alguns municípios a recolha de equipamentos eléctricos existe, mas não é eficaz, seja por falta de meios ou por falta articulação entre o momento de deposição do electrodoméstico na via pública e a recolha, o que explica que muitos equipamentos sejam desviados para o mercado paralelo.

As estatísticas indicam que três em cada quatro electrodomésticos colocados na via pública são transportados para operadores ilegais, antes da chegada dos serviços das autarquias, e acabam processados como sucata metálica.

Para o Electrão a aprovação do Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos 2030 é o pretexto para encetar uma colaboração mais estreita com os municípios, no âmbito de uma filosofia de co-responsabilização, que deve nortear os sistemas de reciclagem. “Com este serviço estamos a chegar onde os municípios não conseguem”, realça Ricardo Furtado, que lembra que só assim Portugal poderá alcançar resultados que permitam atingir as ambiciosas metas.

A recolha de equipamentos elétricos usados a pedido do munícipe é um serviço que o Electrão quer continuar a alargar a mais municípios para tornar a vida mais fácil ao cidadão, aumentar as quantidades recolhidas e recicladas, travar a tendência de acumulação, combater o mercado paralelo e garantir a protecção da saúde pública e do ambiente já que muitos destes equipamentos têm componentes perigosos.

O projeto arrancou como iniciativa-piloto, em Lisboa, em Julho de 2021. Em Almada a recolha iniciou-se em Dezembro de 2022. Em Loures e Odivelas a campanha ficou activa em Fevereiro de 2023. O projecto começou a 1 de Março na Moita, a 1 de Junho no Seixal e em breve poderá chegar a Palmela e Amadora.

Todos os equipamentos eléctricos recolhidos no âmbito deste serviço, totalmente gratuito, são encaminhados para reciclagem em unidades dedicadas.

O serviço de recolha porta-a-porta surge também como complemento aos mais de 9000 locais de recolha de equipamentos eléctricos e pilhas que o Electrão disponibiliza em todo o país. Esta é uma rede que está permanentemente a ser reforçada de forma a melhorar o serviço prestado ao cidadão.

*Antigo escrito com o antigo Acordo Ortográfico

Este artigo foi incluído na edição 100 da Ambiente Magazine