Mais de 12 mil toneladas de biorresíduos foram encaminhadas para tratamento desde que a recolha seletiva de biorresíduos foi implementada em Setúbal, em 2021. Os resíduos verdes e os resíduos alimentares recolhidos desta forma são transformados em composto, usado para o enriquecimento dos solos, evitando a sua deposição em aterro e consequente produção de cerca de 7,2 mil toneladas de CO2.
Só em 2024, os Serviços Municipalizados de Setúbal recolheram seletivamente 4.633 toneladas de biorresíduos, que foram encaminhadas para tratamento na Amarsul, representando um acréscimo de 33% relativamente aos dados de 2023. Esta recolha está enquadrada no projeto “Setúbal Com.posto tem + valor”, que conta com mais de 20 mil famílias aderentes, e inclui a modalidade recolha porta-a-porta (zonas com menor densidade populacional, com predominância de moradias) e recolha coletiva por proximidade (zonas com maior concentração populacional).
“O alargamento deste projeto no município tem vindo a ser progressivo, desde logo porque estão muitos custos envolvidos – em termos operacionais – mas também porque estamos condicionados pela adesão e correta participação dos cidadãos”, explica Carlos Rabaçal, Presidente dos SMS.
Em Setúbal, a recolha seletiva de biorresíduos implicou investimentos na aquisição de contentores para as famílias terem nas suas casas, contentores para deposição na rua e respetivos sistemas de acesso limitado (chaves eletrónicas), camiões específicos para a recolha, reforço das equipas de recolha, além das ações de comunicação e sensibilização aos aderentes.
“Este ano queremos ser mais ambiciosos neste domínio, reforçando a comunicação e informação aos munícipes e a disponibilidade do serviço, de forma a podermos inverter mais rapidamente a atual situação, e generalizar a separação dos biorresíduos no município de Setúbal”, observa Carlos Rabaçal. A taxa de cobertura deste serviço é hoje de 34%, no que respeita à população abrangida e ao número de alojamentos.
Além do sector doméstico, a recolha seletiva porta-a-porta de resíduos alimentares foi alargada ao setor da restauração, desde dezembro de 2023. Este projeto centra-se sobretudo na av. Luísa Todi e ruas envolventes, sendo a principal zona de restaurantes no concelho, e conta com cerca de 100 aderentes comerciais. Para Tânia Sousa, gerente do restaurante O Alface, “o trabalho de recolha tem sido muito bem feito e as equipas têm sido incansáveis, são todos impecáveis”. Localizado na av. José Mourinho e com 148 lugares sentados, este estabelecimento aderiu ao projeto logo na fase inicial e a responsável diz que “é para continuar porque tem sido um projeto muito benéfico”.
A recolha nestes estabelecimentos é feita diariamente, duas vezes por dia, com veículos elétricos e adequados às dimensões reduzidas das ruas. A substituição e manutenção dos contentores é gratuita e assegurada pelos SMS, enquanto a limpeza é da responsabilidade dos restaurantes.
“A sensibilização dos munícipes é determinante para este projeto, porque só podemos recolher o que as pessoas separam e tem de ser bem separado, para não ficarmos com um resíduo contaminado, inviabilizando o seu correto tratamento. Queremos que o município de Setúbal seja exemplar a esse nível e acreditamos que os Setubalenses e Azeitonenses estão disponíveis e predispostos a fazerem a diferença”, refere ainda Carlos Rabaçal.
Este serviço de recolha seletiva vai ser alargado em termos da abrangência do serviço, e da otimização dos circuitos de recolha já existentes, que será complementado com o tratamento na origem através de compostores domésticos que serão disponibilizados à população. Neste sentido, foi aprovado a 8 de janeiro uma proposta para aquisição de mais contentores para os biorresíduos, num montante de cerca de 155 mil euros.