Recolha seletiva de resíduos urbanos aumentou 7% em 2020

Os Sistemas de Gestão de Resíduos Urbanos (SGRU), em todo o País – continente e Regiões Autónomas – associados da ESGRA, apesar do contexto de grave crise sanitária devido à pandemia por Covid-19 registaram globalmente em 2020, relativamente a 2019, um aumento da recolha seletiva de resíduos urbanos (embalagens, papel / cartão e vidro). Os dados revelam que em 2020, o papel / cartão registou o maior aumento percentual: 10,02%. A Recolha Seletiva de embalagens de plástico / metal aumentou 8,18% e recolheram-se mais 2,37% de embalagens de vidro que em 2019.

Estes resultados de 2020, da Recolha Seletiva no universo ESGRA, são, globalmente, positivos! No entanto, o efeito Covid-19 continua a sentir-se, tendo-se verificado uma desaceleração do crescimento, e da crise e dos seus efeitos não se vislumbra ainda um fim, com os trabalhos e os cuidados a terem de continuar redobrados, pelos Sistemas de Gestão de Resíduos Urbanos.

O Setor tem adotado todas as medidas que foram estabelecidas e desenvolvido todos os esforços para ultrapassar os diversos obstáculos que foram aparecendo, como foi o caso da dificuldade e dos elevados custos em obter, em tempo útil, os equipamentos de proteção individual (EPI) sem os quais as operações de tratamento de resíduos não podem ser asseguradas, tendo os seus colaboradores demonstrado capacidade de resposta à crise, resiliência e o maior sentido de responsabilidade que o desempenho destas funções exige, sobretudo no decorrer de uma crise sanitária.

A situação de pandemia que se prolonga ainda sem contornos e final definidos colocou também em estado de emergência o setor dos resíduos urbanos. São vários os danos decorrentes da situação de pandemia e das medidas adotadas para o seu combate, com consequências diretas na gestão de RU, em especial no que respeita ao aumento da deposição de resíduos em aterro:

– Aumento muito significativo de descartáveis considerados de utilização mais segura pelos consumidores, como máscaras, luvas e outros EPI; embalagens de utilização única, representa uma sobrecarga de resíduos para aterro sanitário.

– Deposição direta de resíduos sem tratamento devido a medidas impostas pelo confinamento e isolamento para evitar contágios da Covid-19, com impacto nas infraestruturas de tratamento de RU. Estas medidas levaram também à suspensão da recolha seletiva de resíduos porta a porta, inviabilizando a sua valorização.

A retoma da atividade sem constrangimentos ainda não é possível e o país desconhece quando e como vai ser o futuro pós-Covid. O setor de gestão de resíduos urbanos tem persistido no esforço de manutenção de exigentes níveis de serviço, a que acrescem as consequências operacionais e os sobrecustos financeiros das medidas excecionais tomadas para continuar a garantir a segurança dos seus profissionais, nunca descurando que esta é uma atividade crucial para a preservação do ambiente e da saúde pública.