Repsol entra no mercado americano de energias renováveis com compra de 40% da Hecate Energy

A Repsol acaba de anunciar, em comunicado, um acordo para adquirir 40% da Hecate Energy, uma empresa norte-americana especializada no desenvolvimento de projetos de energia solar fotovoltaica e de baterias para armazenamento de energia.

Graças a este negócio, a empresa multienergética dá mais um passo com vista a cumprir os seus objetivos de diversificação geográfica do negócio de energias renováveis, complementando as suas capacidades, melhorando o seu portfólio e criando uma plataforma sólida com forte potencial de crescimento.

Com a aquisição de uma participação na Hecate Energy, a Repsol entra no mercado de energias renováveis dos Estados Unidos, um dos maiores, mais atrativos e de mais rápido crescimento do mundo. Uma vez cumpridas as condições para esta aquisição, a empresa tornar-se-á um “promotor” e “futuro operador de projetos renováveis no país”, que conta com um ambiente empresarial favorável para este negócio, refere o comunicado.

A Hecate Energy, com sede em Chicago, tem uma ampla carteira de projetos, que somam mais de 40 gigawatts (GW). Destes, 16,8 GW dizem respeito a projetos fotovoltaicos e de armazenamento associados a estes ativos, em fase avançada de desenvolvimento, e 4,3 GW pertencem a uma plataforma de baterias para o armazenamento de energia, denominada Hecate Grid.

O acordo tornará a Repsol um operador relevante do setor fotovoltaico e de baterias norte-americano através da sua participação no negócio de desenvolvimento de projetos renováveis da Hecate Energy. A empresa terá também a opção de adquirir a totalidade das ações da Hecate Energy, três anos após a concretização desta transação, precisa a nota divulgada pela Repsol.

A maioria dos ativos da Hecate Energy encontram-se nos mercados elétricos de ERCOT, WECC, e PJM, projetados para grande crescimento na próxima década devido aos objetivos de redução de emissões dos estados onde estão presentes. O seu portefólio de projetos fotovoltaicos em desenvolvimento é um dos maiores do país e tem uma ampla diversificação geográfica. A sua equipa de gestão tem uma vasta experiência e um historial de sucesso no desenvolvimento de projetos nos EUA, que irá complementar as capacidades da Repsol. Fundada em 2012, a empresa vendeu até agora 2,6 GW de projetos renováveis.

A operação representa um avanço notável para alcançar os objetivos de geração de baixas emissões e internacionalização deste negócio estabelecidos no Plano Estratégico da Repsol para 2021-2025. De acordo com o comunicado, o plano tem como objetivo “atingir uma capacidade de geração de 7,5 GW em 2025 e de 15 GW em 2030 e, assim, tornar-se um operador competitivo no setor das energias renováveis com presença internacional”.

Os Estados Unidos são o segundo mercado onde a Repsol inicia a sua atividade nas energias renováveis, após a assinatura, em julho de 2020, de um acordo com o Grupo Ibereólica Renovables, que deu à empresa acesso a uma carteira de projetos no Chile em operação, construção ou desenvolvimento, de mais de 1.600 MW até 2025 e a possibilidade de ultrapassar os 2.600 MW até 2030. A empresa também participa no WindFloat Atlantic, um parque eólico flutuante offshore semi-submersível ao largo da costa norte de Portugal, com uma capacidade total instalada de 25 MW.

Para María Victoria Zingoni, diretora Geral de Clientes e Baixa Geração em Carbono da Repsol, “com esta aquisição, entramos no mercado das energias renováveis norte-americano com o melhor parceiro possível e avançamos no nosso objetivo estratégico de nos tornarmos um operador global de baixas emissões. Continuamos a demonstrar o nosso compromisso com a multienergia e avançamos na transformação da Repsol para ser uma empresa de zero emissões líquidas”.

O presidente da Hecate Energy, David Tohir, destacou que, com esta operação, “a Hecate Energy continua a posicionar-se como líder no desenvolvimento de projetos de energias renováveis nos Estados Unidos. É um orgulho estarmos associados a um importante grupo energético global que está a liderar a transição para um futuro multienergia.