Restaurar a biodiversidade no Centro de Portugal

A Epson, fabricante internacional de tecnologias de imagem, lançou uma iniciativa ambiciosa que tem por objectivo restaurar a biodiversidade da Serra da Gardunha, no concelho do Fundão (Beira Baixa). A Epson irá trabalhar com parceiros locais para restaurar a paisagem e vida selvagem, ambos devastados pelos graves incêndios florestais de 2003 e 2005. A “Epson Gardunha Biodiversity Initiative” faz parte da Epson Environmental Vision 2050, que tem como objectivo a redução em 90 por cento de todas as emissões de CO2 da empresa até 2050.

Uma cerimónia teve lugar quarta-feira, dia 10, nas encostas da Serra da Gardunha, para lançar a primeira fase do projecto, que se focará em restaurar 40 hectares da Serra da Gardunha. A esta iniciativa seguiu-se uma outra em Lisboa, que decorreu na manhã de quinta-feira no Centro Cultural de Belém. Entre os presentes estavam representantes da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), Gardunha Verde, da Epson Portugal e da Epson Europa, todos parceiros do projecto “Epson Gardunha Biodiversity Initiative”.

Pedro Pepino, director da Epson Portugal, ao lançar o projecto mostrou-se “muito orgulhoso por a EPSON estar envolvida na reflorestação da Serra da Gardunha, e entusiasmado por trabalhar em parceria com as comunidades locais e com os nossos parceiros de forma a restaurar a biodiversidade da região. Não se trata somente de plantar árvores: este projecto vai assegurar o desenvolvimento, protecção e sobrevivência contínua da biodiversidade da região, e desta forma ajudar a reconstruir as comunidades locais que dependem da floresta. Esta é uma clara demonstração da dedicação da Epson às comunidades e ao ambiente.”

O projecto irá reintroduzir vegetação variada que, enquanto pouco viável do ponto de vista da florestação comercial, irá criar um habitat mais sustentável para uma vasta diversidade de flora e fauna. Espécies de árvores autóctones de folha caduca (Castanheiro, Carvalho e Sobreiro) serão plantadas junto de outras espécies locais como o Medronheiro e o Pinheiro. A protecção da Asphodelus bento-rainhae, planta endémica exclusiva da vertente Norte da Serra da Gardunha, também será assegurado. O objectivo é reavivar as florestas tradicionais e restaurar o habitat vital de mamíferos, aves, insectos, repteis, anfíbios e peixe tradicional da montanha, que no passado poderiam ser encontrados em abundância. Uma das intenções da Epson é que o local abrangido pelo projecto, que já pertence à lista portuguesa de SICs (Sitíos de Importância Comunitária) da rede Natura 2000, se torne numa IBA (Important Bird Area/Áreas Importantes para Aves). A empresa considera ainda a hipótese de apoiar outras iniciativas Europeias.

“Esta iniciativa da EPSON é uma mais-valia a longo prazo para a promoção da biodiversidade e para a conservação da natureza. Só através de um desenvolvimento sustentável será possível a recuperação e preservação do património natural. Estes recursos, através de uma gestão eficiente e monitorização regular, poderão potenciar benefícios económicos e sociais a nível local, bem como contribuir para o envolvimento e sensibilização da população”, garantiu Ivan Ramirez, coordenador do Programa Marinho e IBA’s Important Bird Areas) da SPEA. No final, o representante da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves aplaudiu “o espírito de iniciativa da EPSON no combate à desertificação e na promoção da biodiversidade, de modo a garantir uma permanente melhoria do habitat”. Na sua intervenção, Lena Esteves, directora de Projecto na Gardunha Verde, explicou que “durante a última década, os incêndios florestais tiveram um profundo impacto na floresta e biodiversidade da Serra da Gardunha. A Gardunha Verde está orgulhosa de trabalhar com a Epson neste projecto que tem por objectivo restaurar a beleza natural da Gardunha. O compromisso a longo prazo da Epson é um testemunho da sua visão única do desenvolvimento sustentável.”