Rise Up: Fundação Oceano Azul lidera iniciativa internacional que desafia Governos e empresas a defenderem o Oceano

A Fundação Oceano Azul entregou ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, uma agenda de ações, a “RISE UP – A Blue Call to Action” para enfrentar a crise profunda que o oceano atravessa, a fim de ser discutida na próxima Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano, que tem lugar em Portugal, de 2 a 6 de junho.

Esta iniciativa de âmbito internacional dá uma só voz, pela primeira vez, a organizações de conservação da natureza, como a WWF, a Conservation International, ou a Oceana, organizações filantrópicas dedicadas à conservação do oceano, como a Fundação Packard dos Estados Unidos, a Fundação Oak, da Suiça, ou a Fundação Sasakawa do Japão, e ainda representantes de povos indígenas de comunidades piscatórias e organizações de trabalhadores da pesca, e desafia os governos e as empresas para se comprometerem com uma lista de ações efetivas que é preciso levar a cabo para recuperar o oceano.

A Blue Call to Action está agora aberta à sua assinatura por outras organizações que se identifiquem com a agenda de ações nela estabelecida, através do site riseupfortheocean.org.

Entre as prioridades estabelecidas nesta agenda comum, destaque para a abolição de novas explorações de petróleo e gás natural offshore, uma moratória para a mineração do fundo marinho, a afetação do mar territorial à pesca artesanal, a transição para uma economia azul circular e descarbonizada, um tratado internacional sobre poluição costeira e a proteção de pelo menos 30% do oceano global até 2030. A recuperação da vida no oceano, assim como assegurar poder de decisão e apoiar as comunidades costeiras, são outras das prioridades identificadas no repto agora entregue.

Depois de receber, na sede das Nações Unidas, a Fundação Oceano Azul em representação da coligação “RISE UP – A Blue Call to Action”, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, destacava a ousadia da iniciativa na rede social Twitter, reforçando o esforço coletivo que é necessário para “proteger o oceano do aquecimento global, da sobrepesca e da poluição que ameaçam as nossas vidas e meios de subsistência”.

Também Peter Thompson, enviado especial do secretário-geral das Nações Unidas para o Oceano, referiu: “Estou muito entusiasmado com esta coligação de organizações de referência da sociedade civil. Espero trabalhar com todos no caminho a percorrer até à Conferência em Lisboa, durante e no pós.”

“Há muito tempo que andamos a adiar a tomada de decisões cruciais na resolução da crise que o oceano enfrenta, tal como o fizemos com a crise climática. São necessárias ações efetivas e este é o momento de exercer maior pressão para que se concretizem”, frisou Tiago Pitta e Cunha, CEO da Fundação Oceano Azul.

A criação de “RISE UP – A Blue Call to Action” foi uma iniciativa lançada em maio de 2019, pela Fundação Oceano Azul, com o apoio direto da Ocean Unite e a suíça OAK Foundation. São 26 as instituições que integram esta coligação.

No ano em que se realizam reuniões estratégicas para o Oceano, incluindo a Conferência das Nações Unidas em Lisboa, o grupo impulsionador de “RISE UP – A Blue Call to Action” vê 2020 como uma grande oportunidade para a comunidade global se unir e elevar o nível de ambição para a proteção do oceano. As escolhas que o mundo fizer este ano serão críticas na recuperação do oceano até 2030.

RISE UP | A BLUE CALL TO ACTION
Iniciativa de âmbito internacional que convoca a apelar aos governos e às empresas:

– Recuperar a vida do oceano;

– Investir de imediato num futuro de neutralidade carbónica;

– Acelerar a transição para uma economia circular e sustentável;

– Assegurar poder de decisão e apoiar as comunidades costeiras;

– Unificar para uma efetiva governação global do oceano;

– Proteger pelo menos 30% do oceano até 2030.