Seca: Torres Vedras define “quadro orientador” para dar resposta à contingência

Um novo agravamento da situação de seca meteorológica em Portugal já foi anunciado pelo IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera) que, na mesma altura, dava conta que 90% do território nacional se encontrava em seca severa ou extrema a 15 de fevereiro. Face à problemática, o Governo e os municípios já estão a aplicar várias medidas de mitigação.

Apesar de todo o território do concelho de Torres Vedras estar em seca severa, ainda não foram sentidas repercussões nas atividades socioeconómicas em geral e nos ecossistemas, assegura o município, em declarações à Ambiente Magazine.

Ainda assim, o cenário de “incerteza e imprevisibilidade da seca e dos seus impactos” justificaram a definição de um “quadro orientador” de resposta à contingência. Neste contexto, de acordo com a mesma fonte do município, em fevereiro (passado) foi elaborado o “Plano de Contingência para Situações de Seca” com o intuito de “prevenir e estabelecer medidas para mitigação dos efeitos da seca”, em primeira instância, por “via da poupança e uso eficiente da água nos serviços, atividades e equipamentos municipais” ligados à Câmara Municipal de Torres Vedras, Juntas de Freguesia, Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Torres Vedras e Promotorres E.M.

Reconhecendo o peso da utilização de água para consumo humano na rega de espaços verdes, jardins e similares, o município decidiu estabelecer como prioridade a “adequação de procedimentos de gestão da rega à situação atual de seca”, nomeadamente através da “alteração dos volumes, períodos e suspensão de regas”, sempre que possível. Complementarmente, está a ser preparada uma “campanha de sensibilização” para promover um uso eficiente da água, acrescenta.

Sobre as medidas previstas pelo Governo, nomeadamente, a aplicação de regras na lavagem de ruas ou na rega de jardins, o município de Torres Vedras lembra que se tratam de ações que constam do Plano de Contingência para Situações de Seca: “Este inclui medidas pró-ativas de prevenção e planeamento, medidas voluntárias, medidas restritivas de alguns usos da água e medidas de carácter excecional para permitir uma adequação da resposta à evolução da situação de seca”.

Face à situação real e ao expectável agravamento a curto prazo, o município de Torres Vedras atenta na importância de existir uma “maior consciencialização da população” para a necessidade de “minimizar as perdas de água” e, ao mesmo tempo, “reduzir ao mínimo indispensável o uso de água potável em outros usos que não o consumo humano”.

Embora a mensagem não seja “nova”, a autarquia reforça o apelo de ser fundamental promover uma “nova atitude na gestão e prática do uso da água”, sendo essencial “adequar os hábitos de utilização de dispositivos que utilizem água (como autoclismos, chuveiros, torneiras, máquinas de lavar roupa e louça, sistemas de aquecimento e refrigeração)”, mas também “procurar alternativas mais eficientes e ter contenção em usos de água não essenciais, como na rega de espaços verdes, jardins e similares, na lavagem de pavimentos e veículos e nos novos enchimentos ou mudança de água de piscinas”.