Serviços Municipalizados de Setúbal aceleram na recolha seletiva de biorresíduos

Transformar o paradigma dos resíduos urbanos em Setúbal é o grande propósito do projeto de recolha seletiva de biorresíduos iniciado em 2021, então como projeto piloto, e que se encontra em fase de alargamento no município. “O principal contentor de resíduos vai passar a ser o castanho em Setúbal. É nesta transformação que estamos a trabalhar com a população, com as Juntas de Freguesia, com o setor da restauração e outros stakeholders”, explica Carlos Rabaçal, presidente do Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados de Setúbal (SMS).

Até ao fim de setembro mais de 14 mil famílias setubalenses tinham aderido ao projeto Setúbal Composto Tem + Valor, permitindo a recolha seletiva de mais de 9 mil toneladas de biorresíduos que foram, assim, encaminhadas para a compostagem. Contas feitas, as emissões evitadas são da ordem das 5400 toneladas de CO2, se estes resíduos tivessem como destino o aterro.

O projeto desdobra-se em duas modalidades de recolha distintas: porta-a-porta, para as zonas de moradias, e recolha de proximidade em contentores coletivos de acesso limitado aos aderentes do projeto, nas zonas mais urbanas do concelho. A adesão dos munícipes tem sido feita de forma progressiva, mas os SMS estão a reforçar a sensibilização e a entrega dos contentores domésticos em ambas as modalidades do projeto.

Até ao final do ano estima-se que 20 % do território fique abrangido por este tipo de recolha no segmento doméstico. Ao mesmo tempo, vai ser lançada a recolha porta porta (PaP) do sector da restauração. “Já realizámos sessões de esclarecimento do projeto em parceria com as Juntas de Freguesia, em que ouvimos os representantes dos estabelecimentos comerciais acerca dos desafios que esta novidade traz. Agora estamos a iniciar a sensibilização in loco, com os trabalhadores, de modo a delinear os melhores horários de recolha e a posterior entrega dos contentores”, esclarece o responsável. A recolha PaP vai ser implementada à medida das necessidades deste segmento, numa extensa área urbana onde há concentração de restaurantes, pastelarias e outros estabelecimentos deste tipo. “Decidimos criar circuitos dedicados para estes estabelecimentos para ganhar capacidade de deposição nos contentores já existentes na via pública para o sector doméstico e melhorar o serviço prestado aos cidadãos, uma vez que a maior frequência de recolha dos biorresíduos evita os cheiros decorrentes da sua acumulação e a deposição indevida junto dos contentores”, remata Carlos Rabaçal.

O ano de 2024 promete, assim, reforçar a aposta na melhoria do estado de limpeza de Setúbal, aumentar a valorização dos resíduos e introduzir uma maior responsabilização ambiental dos cidadãos.

*Este artigo foi publicado na edição 103 da Ambiente Magazine.