Setor do vidro de embalagem quer produção neutra em carbono até 2050

A indústria do vidro de embalagem orgulha-se de produzir embalagens saudáveis, reutilizáveis e infinitamente recicláveis em circuito fechado. O vidro é um material permanente, o que significa que pode ser reciclado infinitamente sem perda das suas propriedades intrínsecas; é inerte e mantém-se sempre saudável e seguro para embalagens de qualidade alimentar, independentemente do número de vezes que é reciclado. Ao abordar as emissões de carbono da indústria, é possível oferecer uma solução de embalagem totalmente neutra para o clima, para além de ser totalmente circular.

Nos últimos anos, a indústria vidreira tem feito um enorme investimento na descarbonização, eficiência energética e modernização das fábricas, para tornar o vidro uma solução de embalagem carbonicamente neutra, substituindo os combustíveis fósseis por fontes de energia renováveis, como o hidrogénio, a biomassa e a eletricidade verde.

É também uma ambição do setor continuar a reduzir a utilização de matérias-primas virgens, aumentando a taxa de recolha de embalagens de vidro usadas para 90% até 2030 e procurar todas as formas de tornar as embalagens de vidro mais leves, para reduzir as emissões do transporte e da produção.

Até 2050, a indústria do vidro de embalagem quer transformar por completo a sua produção, passando a oferecer soluções de embalagem totalmente neutras em termos de carbono, para além de totalmente circulares.

A indústria já percorreu um longo caminho no processo de descarbonização, consumindo menos 70% de energia, emitindo menos 50% de CO2 e as embalagens são 30% mais leves do que há 50 anos, reduzindo também, desta forma, a pegada do transporte.

Ainda assim, são precisas ainda algumas mudanças:

  • Transição energética nas tecnologias de fusão: a indústria do vidro está empenhada em reduzir 60% das emissões directas de CO2 dos fornos, através de uma transição energética nas tecnologias de fusão através dos chamados Fornos do Futuro. Estes fornos procuram substituir grande parte do gás natural por eletricidade e outros combustíveis não fósseis, como a biomassa ou o hidrogénio.
  • Redução das emissões de C02 através da utilização de vidro reciclado:  20% das emissões de CO2 provêm da fusão de matérias-primas no forno, que podem ser reduzidas através da sua substituição por vidro reciclado. Cada tonelada de vidro reciclado poupa 1,2 toneladas de matérias-primas virgens, com uma redução de energia de 3% por cada 10% de vidro reciclado no forno e uma redução de 5% das emissões de gases com efeito de estufa.
  • Incentivos ao investimento: o setor continua a investir em múltiplas vias de investigação e inovação para apoiar a transição para uma economia hipocarbónica. Tem de ser também apoiada por uma estratégia energética política e incentivos financeiros que proporcionem um quadro propício a esta nova revolução industrial.