Siemens vai instalar um centro de controlo de água, energia e emissões para a EPAL

A Siemens Portugal assinou contrato com a Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL) para a instalação de um centro de controlo de água, energia e monitorização de emissões de gases com efeito de estufa, único no país, e a implementação de soluções avançadas de telemetria, que irão contribuir para que a EPAL, que abastece Lisboa e arredores, consiga alcançar a meta de neutralidade energética das suas operações.

A empreitada adjudicada à Siemens tem o valor de 3.249.875,00 euros e deverá estar concluído nos primeiros meses de 2024, estando enquadrado no Programa EPAL 0%, que quer alcançar a neutralidade energética em todas as operações até 2025, através de soluções tecnológicas.

As soluções de telemetria, comunicação industrial e medição de água e energia da Siemens serão instaladas em 188 infraestruturas de captação, abastecimento e tratamento de água da EPAL e Águas do Vale do Tejo em Portugal, responsáveis por cerca de 80% da sua capacidade instalada e consumo energético. Serão abrangidos os distritos de Lisboa, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Santarém e Évora, o que corresponde a cerca de 33% da população nacional, ou seja, 3,5 milhões de pessoas.

O projeto inclui ainda a criação de um centro de controlo para a gestão de água, energia e monitorização das emissões de gases com efeito de estufa, que irá permitir medir em tempo real os consumos de água e energia. Além disso, permitirá gerir eficazmente essas infraestruturas, maximizando a utilização de fontes próprias de energia renovável que a EPAL tem nas suas instalações.

“É um projeto muito importante em termos de resiliência, economia e competitividade nacional, ao evitar que o País fique sujeito aos humores dos mercados energéticos mundiais que, por sua vez, estão sujeitos a questões políticas e a guerras em várias geografias, fatores que, naturalmente, Portugal não controla e sofre as consequências”, revela o presidente da EPAL José Sardinha.

Sobre a nova rede elétrica privativa, relembrou que “será uma rede subterrânea e não foi concebida desta forma ao acaso. Fizemo-lo para aumentar ao máximo a resiliência – podem acontecer inundações, incêndios, entre outros, que a nossa rede está completamente protegida e isolada dos fenómenos/eventos extremos – e, ainda, para minimizar tudo o que sejam impactes ambientais associados a uma rede à superfície”.

No âmbito deste projeto, a Siemens, através da Digital Industries, será responsável por toda a engenharia, planeamento, instalação e comissionamento das soluções de telemetria, medição de água, energia e comunicação industrial redundante. A empresa irá também desenvolver um software personalizado para o centro de controlo da EPAL, com módulos de visualização e análise de dados que otimizam a gestão das infraestruturas.

Luís Bastos, responsável pela Digital Industries da Siemens Portugal, afirmou que “é um orgulho estarmos a contribuir com o melhor da nossa expertise para Portugal ter a primeira empresa e Estação de Tratamento de Água do mundo totalmente autossustentável. Este projeto ambicioso é mais um exemplo de como podemos ser parceiros das empresas portuguesas nos seus processos de transformação digital e ambiental”.