Sintra aumenta recolha de biorresíduos
Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS de Sintra) recolheram, nos primeiros cinco meses do corrente ano, cerca de 1.500 toneladas de restos alimentares, a mesma quantidade recolhida ao longo de todo o ano de 2024, o que demonstra o incremento da separação seletiva de biorresíduos (restos alimentares e resíduos verdes) no concelho de Sintra. Os resíduos orgânicos recolhidos são provenientes, por um lado, da deposição de sacos verdes, que já mobiliza quase 80 mil pessoas no setor doméstico e 400 estabelecimentos do Canal Horeca (Hotelaria, Restauração e Cafetaria) e, por outro, do circuito exclusivo de recolha dedicada, que abrange uma centena de entidades públicas e privadas de maior dimensão. Para aumentar a recolha junto dos grandes produtores, os SMAS de Sintra reforçaram, recentemente, a frota com a aquisição de uma viatura 100% elétrica, num investimento a rondar os 400 mil euros, financiado pelo Fundo Ambiental (Programa Recolha Bio). O novo veículo vai permitir, assim, aumentar o número de entidades que integram o circuito, em particular ao nível dos estabelecimentos de ensino.
A viatura agora adquirida, Renault Trucks D WIDE E-TECH P4X2, está dotada de uma superestrutura de recolha de biorresíduos com capacidade de 16 m3, com equipamento para elevação e basculamento de contentores na parte traseira, e assume-se como um veículo mais amigo do ambiente, com emissões zero, reduzindo, assim, a pegada ecológica da operação de recolha de resíduos orgânicos. O custo de aquisição do veículo, acrescido em relação às viaturas tradicionais a combustão, é compensado pela economia resultante em cada circuito de recolha. Para além da redução das emissões de CO2, os camiões elétricos são silenciosos, com benefícios para a população aquando das operações de recolha, assim como para a respetiva equipa operacional.
Para o setor não doméstico, recorde-se, os SMAS de Sintra estão a adotar dois modelos: por um lado, em regime de co-coleção (recolha conjunta de duas ou mais frações de materiais), para os estabelecimentos de restauração e similares, com a cedência de contentores e sacos verdes com capacidade de 20 litros, e, por outro, o recurso ao circuito exclusivo com recolha dedicada, destinado a grandes produtores de restos alimentares, como empresas de maior dimensão, estabelecimentos de ensino, mercados municipais e IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social), em que é atribuída contentorização que varia dos 40 aos 660 litros.
No setor doméstico, por seu turno, os SMAS de Sintra procedem à atribuição gratuita de pequenos contentores, com capacidade de 7 litros, e sacos verdes, para deposição dos restos alimentares no contentor de resíduos indiferenciados. A separação dos biorresíduos, devidamente acondicionados nos sacos verdes, é efetuada nas instalações da Tratolixo (empresa intermunicipal responsável pelo tratamento nos concelhos de Sintra, Cascais, Oeiras e Mafra), desviando esses resíduos do encaminhamento para aterro e permitindo a sua valorização para a produção de energia e composto para a fertilização de solos agrícolas.
Já com um universo de cerca de 80 mil pessoas mobilizadas para a separação na origem dos restos alimentares, os SMAS de Sintra estão a atribuir um desconto de 2€/mês aos aderentes ao sistema, no âmbito do tarifário dos serviços de água e de resíduos em vigor para o ano em curso. Foi, assim, reforçado o incentivo à adesão ao Sistema de Recolha Seletiva de Biorresíduos que, em Sintra, foi alargado à totalidade do território do concelho em Outubro de 2022, após um projeto piloto realizado na freguesia de Rio de Mouro, em final de 2020, então sob o lema “Bio-Recursos-Demasiado bons para desperdiçar!”.
Para além das 1.500 toneladas de restos alimentares, os SMAS de Sintra já recolheram, até ao final do mês de maio, 6.500 toneladas de resíduos verdes, registando um crescimento acima dos 10% em relação a 2024, que, no cômputo geral dos 12 meses, se traduziu na entrega na Tratolixo de 14.000 toneladas Em 2024, entre resíduos verdes e restos alimentares, o Município de Sintra recolheu um total de 15.500 toneladas de biorresíduos.
*Este artigo foi publicado na edição 111 da Ambiente Magazine.