Sistemas de rega manual permitem redução de 50% do consumo de água em Famalicão

As chuvas de março tiraram algumas zonas de Portugal da situação de seca extrema. Mas o problema não deixou de existir e, tratando-se de algo estrutural, a Ambiente Magazine continua a auscultar os vários municípios sobre as medidas aplicadas para mitigar e prevenir situações futuras.

Mesmo sendo “prática comum” da Câmara Municipal de Famalicão a adoção medidas relativamente ao incentivo à poupança da água, este recente agravamento levou o município a reforçar práticas e a adotar medidas.

“Não dês seca ao futuro. Poupa água” é a mensagem da campanha, lançada pela Câmara, para sensibilizar os famalicenses para a poupança e valorização da água. “A campanha desenvolve-se nas várias plataformas do Município, na comunicação social local e regional e em espaços outdoors de Famalicão, dirigindo-se particularmente ao público jovem”, refere fonte oficial do Município, numa mensagem escrita à Ambiente Magazine.

No âmbito deste reforço, a cidade de Famalicão tomou a decisão, com o objetivo de minimizar os efeitos da situação de seca meteorológica, de desligar todos os sistemas de rega automáticos do concelho que estão sob sua gestão: “A decisão abrange perto de 100 sistemas de rega abastecidos com água da rede pública instalados em vários parques, jardins, praças, rotundas e edifícios da cidade e das freguesias, cuja rega passou a ser efetuada de forma manual e mais controlada”. Só com esta medida, espera-se uma “redução de cerca de 50% do consumo de água”, adianta a Câmara Municipal, na mesma mensagem.

Também, em 2020, o Município de Famalicão já tinha avançado com a “colocação de 80 equipamentos de medição e controle do caudal e da pressão da água pública” em vários locais do concelho com o objetivo de “reduzir significativamente as perdas de água no sistema de abastecimento”.

Relativamente às escolas, inserido no projeto das Eco-Escolas, foram ainda criadas “brigadas de monitorização” da água, tendo a função de “fiscalização” por parte dos mais novos para o “uso correto e redução do consumo da água”, refere a mesma fonte, revelando que nas “fichas de monitorização” são assinaladas situações como a “torneira que pinga”, o “caudal de água que pode ser diminuído”, o “autoclismo que verte água”, os “meninos que brincam com a água”. Ainda no âmbito do Eco-Escolas, o Município dá nota que as hortas, sempre que possível, são regadas com a água da chuva: “Este efeito fiscalizador a brincar nas crianças é importante uma vez que estas práticas se transformam em hábitos espontâneos no seu dia-a-dia e que ficam para a vida”.

O Município de Famalicão assume ainda o papel de “educar para o futuro”, com o objetivo de  “formar cidadãos mais conscientes e alertar para as problemáticas ambientais”.