#SmartandGreenTourismII: “Os rios serão instrumentos de poder geopolítico”

A conferência Smart and Green Tourism II, organizada pela Ambiente Magazine e pela Ambitur, regressou para mais uma edição da BTL (Bolsa de Turismo de Lisboa) para debater as questões atuais que ligam o turismo e a sustentabilidade.

O ministro da Economia e do Mar, António Costa e Silva, encarregou-se da sessão de encerramento da conferência, começando por evidenciar que nos dias de hoje continua a imperar um modelo baseado “numa espécie de atividade predatório dos recursos do planeta”, este que tem de ser combatido através da economia circular.

Tendo em conta que o Turismo gerou em 2019, ano de pré-pandemia, 18,4 mil milhões de euros, e que em 2022 apresentou uma forte recuperação, “o desafio que agora temos em mãos é transformar o setor do Turismo num dos pilares da sustentabilidade do país”, reforçou Costa e Silva, que acredita que o setor poderá ser um dos motores para a mudança de paradigma, no que diz respeito à meta de atingir um PIB de 250 mil milhões de euros, mantendo como base “um crescimento sustentável, assente na regeneração dos recursos, na economia circular, no tratamento de resíduos e no uso eficiente dos materiais que estão à nossa disposição”.

“O maior efeito deste modelo baseado numa economia linear é o impacto na devastação ambiental do planeta”

Num plano mais geral, o ministro da Economia e do Mar falou das ações que agora são necessárias para garantir um futuro mais amigo do ambiente, essencialmente a reconfiguração da capacidade hídrica, pois acredita que “os rios serão instrumentos de poder geopolítico” quando a água começar a ser escassa, daí ser importante tratar as águas e reter as águas da chuva.

Pelo meio de vários exemplos, defendeu que Portugal está bem posicionado no que diz respeito aos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) das Nações Unidas e que até 2030, a nível energético, o objetivo é instalar 10gw de energia eólica offshore. Além disso, no plano atual, 60% da eletricidade consumida no país provém de energias renováveis e prevê-se que em três ou quatro anos este valor passe para os 80% – algo em que as empresas do setor do Turismo podem dar o seu contributo.

Por Ambiente Magazine, na BTL 2023