Só agricultura e pescas escapam ao aumento do crédito malparado nas empresas

As empresas continuam a revelar dificuldades em pagar os empréstimos, avança hoje o jornal Público. O malparado atingiu um novo recorde em Abril, mês em que 15,7% do crédito às empresas correspondia a situações de incumprimento. É, de acordo com os dados actualizados na terça-feira pelo Banco de Portugal, o valor mais alto em 18 anos (desde 1997, ano a partir do qual há registo destes dados). O agravamento foi transversal aos vários sectores de actividade, com excepção das empresas da agricultura, produção animal e pesca, onde o malparado caiu de forma ligeira.

 

O problema do malparado é muito diferente de sector para sector, mas a tendência de agravamento foi comum aos 12 ramos de actividade em que o banco central divide o tecido empresarial. O crédito malparado aumentou na restauração e hotelaria; no comércio e reparação de veículos; na electricidade, gás, água, saneamento e gestão resíduos; na construção; nas actividades imobiliárias; nos transportes e armazenagem; na indústria extractiva; na indústria transformadora; nas actividades de informação e comunicação; nas sociedades SGPS não-financeiras; nas empresas de consultadoria; e nos sectores da educação, saúde e serviços sociais.Ao todo, os empréstimos em incumprimento ascendiam em Abril a 13.385 milhões de euros, o equivalente a 15,7% dos 85.333 milhões de euros de empréstimos que constam no balanço dos bancos e outras instituições financeiras.