Sondar.i afirma-se como “ponta de lança” na tecnologia destinada à área das emissões

Surgiu em 1998 para liderar na área das emissões gasosas e hoje é o maior laboratório da Península Ibérica em tamanho, desempenho financeiro e performance técnica atestada em ensaios interlaboratoriais. Falamos da Sondar.i. Sediada no Centro Empresarial da Gafanha da Nazaré, a empresa é um “parceiro fundamental” que, segundo Carlos Ferreira, diretor-geral da Sondar.i, se diferencia por ter estado sempre na “linha da frente” em todas as áreas que envolvem os ensaios e a acreditação. Prova disso é que a Sondar.i foi o primeiro laboratório privado a prestar serviços de monitorização de emissões gasosas em Portugal.

“Nós inventamos um novo mercado”, começa por dizer Carlos Ferreira, recordando que a área das emissões apenas existia num polo universitário e no TagusPark: “Quando a Sondar.i é criada, em janeiro de 1998, há uma revolução, porque adquirimos tecnologia que não existia”. Pode-se mesmo dizer que há um período antes da criação da Sondar.i e um depois da criação da empresa: “Primeiro, criamos uma área de negócio e, depois, trouxemos para Portugal tecnologia digital”. Na prática, a tecnologia introduzida naquela altura transformou a forma de trabalhar da Sondar.i, permitindo uma série de vantagens: “Conseguimos fazer mais rápido, melhor e com menores incertezas e, ao mesmo tempo, com um melhor preço”.

A palavra que define o sucesso da Sondar.i é “Inovar e Empreender”, até porque a empresa não se coíbe de trazer produtos e serviços que, de acordo com Carlos Ferreira, colocam a empresa como a “ponta de lança” em matérias de atmosfera. A título de exemplo, a empresa adquiriu recentemente dois analisadores de nanopartículas exclusivos em Portugal: “Com isto, antecipamos ao mercado e à regulação, pois ainda não há valores limite de partículas ultrafinas”, exemplifica.

Em atividade há quase 24 anos, a Sondar.i tem assistido a um crescimento do mercado, principalmente por pressões da legislação. No entanto, este crescimento não se reflete necessariamente nos preços. Aliás, o mercado regista uma queda dos valores, estando mesmo “abaixo” daquilo que seria recomendado, muito por culpa da concorrência existente: “O maior inimigo do preço justo de mercado são os próprios laboratórios a competir entre si e a colocarem os preços abaixo do recomendado”. Além disso, devido às características desta área de negócio (commodity), “o mercado percebe que não tem benefício direto e não quer pagar mais”, lamenta o diretor-geral da Sondar.i. Ainda assim, o papel dos reguladores e entidades de administração pública, como a APA – Agência Portuguesa do Ambiente ou as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), deveria ser o de atuarem no sentido de “considerar” estas variáveis.

Com o advento de novas tecnologias e o surgimento dos novos desafios do hidrogénio, a Sondar.i está a posicionar-se, assumindo-se como “inventora, reinventora e transformadora” do mercado: “Por isso, estamos a adicionar novos analisadores para outras áreas que nem o mercado imagina”, exemplifica.

Desta forma, a Sondar.i tem-se diversificado e tem assumido um “processo de expansão” além-fronteiras. Este processo começou em 2001, com a criação da SondarLab – Laboratório de Qualidade do Ar, Lda, que permitiu oferecer serviços complementares à (na altura) Sondar, permitindo focar-se principalmente na qualidade do ar ambiente e na qualidade do ar interior, direcionando especificamente na exposição ao trabalhador no âmbito da higiene e segurança no trabalho. Em 2014, o ISQ adquire 50% do grupo Sondar, tornando as duas empresas subsidiárias da multinacional portuguesa presente em 12 países. Em 2016, comprou a Eurofins Portugal, o maior concorrente da altura, apostando numa estratégia de crescimento nacional e internacional a longo prazo.

Hoje, a Sondar.i afirma-se como líder nacional no mercado. Mas a atividade extravasa as fronteiras da Península Ibérica: “Grande parte da nossa atividade já não é em Portugal. Estamos na Turquia, na Alemanha, na Finlândia ou em Macau”, sublinha Carlos Ferreira. Além disso, a empresa mantém uma forte ligação ao conhecimento. Juntamente com o ISQ e a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, a Sondar.i lançou uma pós-graduação em técnico de ambiente em emissões gasosas.

Neste momento, a Sondar.i presta diversos serviços na área de monitorização de emissões gasosas ou calibração de equipamentos no local, estando acreditada para a realização de ensaios de parâmetros como partículas, dióxido de carbono e de enxofre, compostos orgânicos, humidade ou temperatura. “Somos hiperativos e super imaginativos e temos capacidade de criar mercado e perceber antes de ser mercado”, assume o responsável. Com presença assídua nos órgãos de decisão, a Sondar.i quer ser um parceiro ativo por uma “maior regulação” do mercado: “Estamos a criar guias de boas práticas e a trabalhar diretamente com a APA, universidades e laboratórios acreditados”, refere.

Quando se fala em futuro, Carlos Ferreira está muito otimista: “Espera-nos um futuro brilhante” Como grupo e modelo de negócio, “afirmamo-nos no mercado pela excelência”. Aliado a uma política de qualidade de constante melhoria, a Sondar.i sustenta a sua atividade nos seus colaboradores, relevando a competência e qualificações. Desta forma, a empresa consegue destacar-se entre as demais: “Os nossos clientes têm um grau de satisfação de 100% no atendimento, rapidez e preço”, constata o responsável. E neste último item, apesar de serem dos players “mais caros”, a Sondar.i consegue fazer algo que é “muito difícil” em mercado aberto: “Ganhar com um preço mais alto”, constata.

*Este artigo foi incluído na edição 95 da Ambiente Magazine