Subida do nível do mar vai provocar transformação radical em algumas zonas de Portugal

Portugal vai sofrer, nos próximos nove anos, uma transformação radical da costa devido à subida do nível do mar, adianta o Correio do Manhã (CM), citando as mais recentes previsões da “Climate Central”. De acordo com a organização internacional de cientistas que faz os cálculos com base em imagens recolhidas, por satélite, pela NASA, Peniche voltará a ser uma ilha e, no estuário do Tejo, o mar da Palha duplicará de área, com a Lezíria a ficar submersa. Um impacto semelhante será observado no estuário do Sado, destaca o CM.

Estas previsões indicam que o resultado obtido à escala global para 2030 coloca Portugal em risco.”A ria de Aveiro irá perder a quase totalidade do cordão dunar que a separa do Atlântico”, refere o CM, destacando que o mesmo ocorrerá no Algarve, com boa parte das ilhas na ria Formosa a ficarem submersas.

No rio Mondego, a maior parte dos terrenos agrícolas nos concelhos de Figueira da Foz, Soure e Montemor-o-Velho não resistirão ao avanço do mar, que irá levar a água salobra a atingir Meães do Campo, a 25 quilómetros de Coimbra, segundo as mesmas previsões, avançadas pelo CM.

Mais a norte, cenários semelhantes também acontecerão nos rios Minho e Lima: “Os efeitos perturbadores que resultam das alterações climáticas irão também provocar a ocorrência com maior frequência de inundações em Lisboa e no Porto, que hoje já se verificam de forma pontual no Terreiro do paço e na Ribeira”, lê-se na mesma notícia.

O mapa da “Climate Central”, analisado pelo CM, coloca como “áreas sensíveis” todos os terrenos para onde estão previstos grandes projetos na margeei sul do Tejo: “Em Almada, ficará submersa parte dos antigos terrenos da Lisnave, para onde está planificada uma nova zona urbana. No Seixal, a área de indústria pesada ficará, em parte, também debaixo de água, tal como os terrenos destinados ao terminal de contentores do Barreiro e da pista da base da área do Montijo, projetada para ser um aeroporto civil”.

O mapa agora conhecido foi elaborado após a divulgação do sexto relatório de avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, da Organização das Nações Unidas.