Sustainable Fashion Business quer que Portugal seja pioneiro e parceiro estratégico para o sucesso da Moda

A mais inovadora conferência internacional sobre Moda Sustentável chega a Portugal esta sexta-feira e terá lugar na Academia das Ciências, em Lisboa. A Sustainable Fashion Business faz parte do calendário das celebrações da Lisboa Capital Verde 2020.

À Ambiente Magazine, Catarina Santos Cunha, project leader da Sustainable Fashion Business e CEO da Kind Purposes, refere que tudo começou “quando o vereador José Sá Fernandes, responsável da Lisboa Capital Verde 2020, lançou o desafio” de se desenvolver um “projeto singular e relevante para o futuro da Moda e dos têxteis em Portugal”, expondo os “casos de sucesso internacional” e os “desconhecidos a nível nacional”. Assim, esta conferência de carácter inovador, vai trazer ao país “marcas de referência no mundo da moda internacional” e “apresentar Portugal como pioneiro e parceiro estratégico para o sucesso do negócio”, bem como para o “futuro da moda sustentável”.

Ao longo de todo o dia, a moda sustentável fará parte dos painéis, mas também temas como o “lugar de Portugal na produção de moda sustentável” a “importância da economia circular”, o “financiamento a empresas com foco na sustentabilidade” ou “como se está a ensinar moda sustentável nas universidades”, farão parte da discussão. 

Um dos grandes objetivos da Sustainable Fashion Business passa por, segundo Catarina Santos Cunha, “celebrar Portugal como o melhor local” para “desenvolvimento e produção das marcas de moda internacionais”, que “procuram para os seus negócios soluções sustentáveis” e “cadeias de valor transparentes”. Ao mesmo tempo, acrescenta a responsável, passa, igualmente, por “dar a conhecer” aos consumidores, investidores e players da indústria nacional e internacional, aquilo que “está a ser feito no país no âmbito da moda sustentável”. Para a chefe do projeto, ao mostrar os casos de sucesso, “estamos não só a atrair negócio para a indústria”, mas também, “a despertar os consumidores para esta realidade”. Assim, as perspetivas sobre a conferência são otimistas: “A conferência Sustainable Fashion Business tem tudo para ser um motor de mudança”.

[blockquote style=”2″] Os valores ambientais [/blockquote]

Catarina Santos Cunha não tem dúvidas quanto ao potencial de Portugal no que à produção de moda sustentável diz respeito: “A nossa indústria tem uma enorme qualidade, que se alia a protocolos de trabalho responsáveis, sendo esta garantia de uma produção eticamente responsável, um fator fundamental para a moda sustentável”. Além disso, a “dimensão” é uma outra grande vantagem, que dá a Portugal uma característica única: “A nossa força produtiva está concentrada numa região, sendo possível produzir fio, estampar tecidos, confecionar roupa e produzir calçado e joalharia num raio de poucos quilómetros”. Depois, acrescem os valores ambientais: “No que diz respeito à diminuição de pegada de carbono, isto tem um impacto imenso quando produzimos para a Europa”, sustenta. A “inovação tecnológica” é um outro ponto onde o país se distingue, sendo essa uma das “grandes preocupações de cada vez mais produtores nacionais”, refere. 

[blockquote style=”2″] A importância do financiamento enquanto incentivo [/blockquote]

Relativamente à temática da economia circular e de como Portugal se encontra, quando comparado com os outros países, a responsável acredita que, atualmente, as “soluções circulares devem estar a ser estudadas em todo o setor e em todos os países”, algo que ficará percetível na conferência. Além disso, e daquilo que conhece das indústrias de moda nacionais, Catarina Santos Cunha afirma que “todos os dias somos solicitados para parceiros nesta área”, quer em soluções de “upcycling”, quer em “reciclados”. As soluções existem, mas ainda há uma lacuna: “Falta darmos a conhecer esse trabalho, que é uma das dificuldades do nosso tecido empresarial”. E iniciativas como a Sustainable Fashion Business são, segundo a responsável, “extremamente importantes para dar a conhecer, nacional e internacionalmente, as soluções que temos”. Além disso, e como “incentivo” à prática desta atividade, a responsável chama a atenção para a importância do financiamento: “Do lado dos governos contamos já com fundos comunitários para estes negócios e projetos, mas como é óbvio todas as ajudas são importantes”.

Qual é o cenário para próximos 10 anos?

Estou muito otimista! As novas gerações já pensam diferente, as suas consciências são diferentes, mas acho que temos de fazer muito mais pela educação no consumo para que as metas se antecipem.