“Sustentabilidade ambiental” está incorporada na forma com a P&G faz negócio há décadas

A Procter & Gamble (P&G) serve cinco mil milhões de consumidores em todo o mundo, através de seis Unidades de Negócio e Setoriais ou UNSs: Cuidado da Casa e da Roupa, Cuidados do Bebé e Higiene Feminina, Cuidados da Família e P&G Ventures, Beleza, Cuidado da Barba e Cuidados de Saúde. Há mais de 180 anos que a empresa está comprometida em “melhorar a vida das famílias” que serve e em “preservar o planeta” para as gerações vindouras.

Em Portugal, a P&G marca presença há mais de 30 anos e tem como objetivo “fazer a diferença na vida dos portugueses”, disponibilizando “produtos que simplificam a sua rotina diária” mas também na “maneira com conduzem a sua relação com toda a comunidade”. À Ambiente Magazine, James McCall, diretor sénior da P&G para o Clima Global e Sustentabilidade da Cadeia de Fornecimento, realça que a “sustentabilidade ambiental” está incorporada na “forma como fazemos negócios há décadas”, realçando que os “consumidores já deixaram bem claro que desejam opções sustentáveis nas prateleiras”, procurando “produtos que tenham sido adquiridos e fabricados com responsabilidade”. Prova de tal esforço é que a P&G foi uma das “primeiras empresas” a fazer parte do Índice de Sustentabilidade Dow Jones (ISDJ) e do Índice FTSE4Good, tendo conquistado “inúmeros reconhecimentos”, destaca o responsável. 

“Ambição 2030”

Comparando com o ano de 2010, e tendo em conta as metas definidas para 2020, James McCall revela que as “operações de fabrico” praticadas pela empresa “cresceram com responsabilidade”, produzindo “menos desperdício e emissões” e “utilizando menos água e energia” em termos absolutos. Em 2018, a empresa estabeleceu novas metas futuras, designadas como “Ambição 2030”, abrangendo quatro áreas de negócio: “marcas, cadeia de distribuição, sociedade e funcionários”. Relativamente aos objetivos, o responsável começa por destacar que as “embalagens 100% recicláveis e reutilizáveis” nas marcas Always, Ariel, Dawn, Fairy, Febreze, Head & Shoulders, Pantene, Dodot e Tide vão servir de inspiração para o consumo responsável. Ao todo, serão 20 as marcas com “inovações mais sustentáveis”, construindo “confiança” através da “transparência” e da “partilha da ciência e segurança”. Na cadeia de distribuição, James McCall destaca que os locais de produção da empresa vão “reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) em 50%”, e “comprarão eletricidade renovável” para “abastecer 100% das fábricas” até 2030. A empresa vai ainda fornecer pelo menos “cinco mil milhões de litros de água de fontes circulares”, acrescenta. Em matérias societais, a P&G vai reforçar a aposta em “parcerias transformadoras”, permitindo que “as pessoas, o planeta e os nossos negócios prosperem”, diz, dando como exemplo parcerias que “impeçam o fluxo de plástico nos oceanos”, que “preservem e fortaleçam florestas” e que “protejam a água” no mundo. Ao nível dos funcionários, a empresa vai “envolver, equipar e recompensar” os trabalhadores por adotarem “práticas e pensamentos de sustentabilidade” no trabalho diário: “Recompensaremos o progresso e integraremos o reconhecimento nas avaliações de desempenho”, vinca James McCall. Para além da “redução das emissões de GEE em 50%”, o responsável declara que a empresa quer ir mais além ao “usar soluções climáticas naturais para compensar os outros 50%”, tornando-os “neutros em carbono”.

Uma vez que a próxima década representa uma “janela crítica” para o “mundo acelerar o progresso nas mudanças climáticas”, a empresa vai promover um portfólio de soluções climáticas naturais: “Atualmente, compramos 100% de eletricidade renovável nos EUA, Canadá e Europa Ocidental”, refere o responsável. Ainda dentro da “Ambição 2030”, a P&G vai reforçar a aposta em “novos projetos eólicos, solares e geotérmicos”, de forma a “acelerar ainda mais a transição para as energias renováveis”, destaca. Na visão da P&G, todos os “investimentos em soluções climáticas naturais” vão permitir à companhia “acelerar o seu impacto nos próximos dez anos”.

“Todos nós precisamos de tomar uma ação coletiva”

O papel do setor empresarial na questão das alterações climáticas é motivo para James McCall louvar o esforço evidente de muitas empresas do setor privado, realçando os “investimentos em soluções” ambientais que “aceleram” os objetivos aos quais o mundo está comprometido. O “desafio climático que enfrentamos é maior do que qualquer empresa ou país” pelo que “todos nós precisamos de tomar uma ação coletiva”, alerta o responsável, salientando que a P&G quer “impulsionar a sustentabilidade em escala”, limitando assim o “aumento da temperatura global abaixo dos dois graus”. Para tal, a empresa associou-se aos projetos WWF (World Wide Fund for Nature) e Conservação Internacional, que têm como foco “desenvolver” e “aumentar” a “consciencialização sobre o papel crítico” que as “soluções climáticas têm e desempenham no combate às alterações climáticas”. A empresa estabeleceu em 2010 a meta de “transformar 70% de todas as cargas de máquina de lavar roupa em ciclos de eficiência energética” até 2020: “Atingimos tal meta em 2019”, diz o responsável. O trabalho da P&G não se fica por aqui: o movimento #ItsOurHome é uma ação que engloba todas as marcas da empresa no sentido de “impulsionar, incentivar e inspirar” a população a “proteger o planeta”. Campanhas anteriores como a “Like A Girl” , “The Talk”, “The Look” e “Activate: A Global Citizen Movement” são exemplos de como a P&G tem um “histórico comprovado em estimular conversas importantes” e “mobilizar ações” que levam a um “maior entendimento para benefício das pessoas e do planeta”, sustenta o responsável.

“A mudança climática é uma crise tão séria quanto a Covid-19”

Embora haja cada vez mais “interesse” por parte da população nas matérias ambientais, James McCall olha para as “soluções climáticas naturais” como um “tema emergente”. E é nesta área que a P&G tem a oportunidade de aproveitar o “poder” das suas marcas para “impulsionar” a “educação, consciencialização e o envolvimento” sobre o facto de que a “natureza possui até um terço das soluções climáticas”. Por exemplo, em França, por cada pacote de Dodot vendido, uma árvore é plantada: “Isto ajuda os consumidores a entender o impacto das soluções climáticas naturais”, declara o responsável.

Quanto à Covid-19, James McCal acredita que a pandemia veio “mostrar o quanto a nossa própria saúde depende da saúde do planeta e vice-versa”, constando que “as alterações climáticas são uma crise tão séria quanto a Covid-19”. Por isso, o foco da P&G centra-se em “proteger a natureza” e a “gerar benefícios socioeconómicos” para as comunidades que serve. 

Resultados ambientais à vista:

Em 2019, a P&G alcançou os seguintes benchmarks ambientais, indo ao encontro das metas para 2020.

  •  Conquistas relacionadas com o clima:
    • Redução do uso de energia nas instalações da P&G em 21% por unidade de produção, comparativamente com a referência de 2010 e excedendo a meta de 20% até 2020;
    • Redução do número de quilómetros feitos pelo transporte de camiões em mais de 25% por unidade de produção;
    • Garantia que 70% das cargas da máquina de lavar passam a funcionar com ciclos de baixa energia;
    • Garantia que 100% das fibras de madeira virgem usadas nos produtos de limpeza com papel e tecido absorvente são certificadas por terceiros.
  • Conquistas relacionadas com água:
    • Fornecimento a mil milhões de pessoas ao acesso a produtos eficientes a nível de água;
    • Redução do uso de água nas instalações de fabrico da P&G em 27% por unidade de produção, focando regiões com maior escassez de água.
  • Conquistas relacionadas com resíduos:
    • Garantia de que 99% das embalagens de papel possuem conteúdo virgem reciclado ou certificado por terceiros;
    • Garantia de que 92% das fábricas produzem zero resíduos para aterros.