Tecnologia vai contribuir para um investimento de 220 mil milhões de euros em hidrogénio

A NTT DATA desenvolveu um relatório “Hydrogen: The New Commodity Powering a Greener Economy”, que analisa o hidrogénio como parte da economia verde para a qual a sociedade quer evoluir. A empresa está a trabalhar em projetos que colocam a tecnologia no centro, apoiando a aceleração da transição energética, nomeadamente pela transformação e aceleração digital dos negócios suportados em fontes renováveis, como a energia solar, eólica ou hidroelétrica ou de negócios centrados na produção de hidrogénio.

De acordo com um relatório do Hydrogen Council foram apresentados 680 projetos de hidrogénio de grande escala em 2022, prevendo-se que o investimento direto atinja 220 mil milhões de euros até 2030.

De acordo com Luís Vaz de Carvalho, Head of Utilities practice da NTT DATA Portugal, “o hidrogénio está a ganhar cada vez mais relevância enquanto combustível e matéria-prima para processos produtivos junto da indústria. É, de resto, um elemento importante para a transição energética e, apesar de já ter um papel real em vários domínios de aplicação, é necessário acelerar os casos de uso da sua utilização. Só assim o hidrogénio poderá ter uma aplicabilidade mais generalizada e integrada, ao invés de localizada e focada apenas em algumas indústrias. A experiência que a NTT DATA tem no setor de energia e junto das principais organizações que fazem parte da sua cadeia de valor, permite apoiar na implementação de diferentes tecnologias que suportam diversos processos de negócio também no ecossistema do hidrogénio”.

A região ibérica parece ser das principais candidatas a este tipo de investimento, já que reúne muitas das condições prévias para a sua produção, especialmente de hidrogénio verde, graças ao seu elevado grau de desenvolvimento de energias renováveis, e, em dias favoráveis, a produção isenta de CO2 atinge valores muito elevados, existindo ainda um grande potencial para expansão. Além disso, dispõe de uma boa rede de infraestruturas que facilitará as exportações, havendo um forte compromisso das empresas da região com cadeias de abastecimento integradas, com procura própria de hidrogénio para refinarias e processos industriais, que podem reduzir os custos de transporte.

De recordar que Portugal já deixou de produzir energia a partir de carvão, tendo como compromisso assegurar 47% das suas necessidades energéticas através de fontes renováveis, até 2030, para depois alcançar a neutralidade carbónica em 2050. Nesse sentido, foi recentemente apresentada a primeira unidade de hidrogénio verde, que será desenvolvida em Sines, e realizou-se também um piloto para testar a primeira injeção de hidrogénio verde na rede de gás natural.

Até agora, o hidrogénio era fundamentalmente usado em refinarias para operações de cracking e fabrico de polímeros, na indústria de fertilizantes e na produção de aço. No entanto, será também utilizado na produção e armazenamento de energia, no transporte rodoviário, através de células de combustível, assim como na produção de combustíveis sustentáveis para o transporte marítimo e aviação.