Tendência de empregos cresce na área da sustentabilidade

A sustentabilidade está como uma das prioridades das organizações, ganhando uma importância estratégica para o desenvolvimento dos seus negócios. A conclusão é do “eBook Talento e Sustentabilidade” da Michael Page, no qual analisa as tendências do mercado de trabalho neste setor para este ano, em Portugal.

Segundo o estudo, partilhado pela empresa de recrutamento especializado, a atração de talento na área da Sustentabilidade motivada por fatores que se prendem com a resposta ambiental, social e económica por parte das empresas perante os desafios da pandemia e dos objetivos definidos pela agenda da ONU, tem provocado uma mudança positiva na visão dos líderes face à implementação dos processos de sustentabilidade de forma transversal em todas as funções corporativas.

Para este ano, a área da Sustentabilidade regista uma tendência significativa de crescimento, com um aumento da procura de profissionais, principalmente de perfis especializados para funções de direção. A Michael Page dispõe atualmente de ofertas de emprego dedicadas à área da Sustentabilidade, nomeadamente no setor das energias renováveis e organizações não governamentais (ONG), entre outras. As empresas dos setores industriais, energético, smart solutions e mobilidade, são as que mais procuram estas novas funções, segundo o estudo.

De acordo com a empresa, apesar de se tratar de uma área recente, a sustentabilidade já se converteu numa das prioridades dos CEOs e Conselhos Administrativos, e as empresas que não adotam um foco estratégico de sustentabilidade em todas as suas atuações dos seus departamentos e processos estão a perder o seu “employer branding” assim como a capacidade de atrair e reter talento.

No âmbito da gestão da sustentabilidade corporativa, destacam-se os perfis de Head of ESG (Environmental, Social and Governance), Sustainable Development Manager ou Head of Diversity & Inclusion, em que as remunerações oscilam entre 70 a 100 mil euros, 45  a 60 mil euros e 50 a 70 mil euros anuais respetivamente, em empresas com faturação entre 20 e 250 milhões de euros.

Segundo o estudo, as competências mais importantes para estas funções, exigem visão estratégica do desenvolvimento sustentável a um nível empresarial, financeiro, social/pessoas e globalização/inclusão, excelentes competências interpessoais e de comunicação, abordagem prática/analítica, capacidade de tomar decisões importantes e, por vezes, difíceis sob pressão. Em termos de qualificações, os candidatos com mestrado em escolas de negócio e de gestão, MBA ou formação online, apresentam-se como diferenciadores.

Para além destas funções emergentes na área da sustentabilidade corporativa, a Michael Page destaca outras posições já existentes e que se estão a tornar agentes de mudança, entre as quais a de Head of Business Unit, Product Development Manager, Strategy Development Manager e Operation Project Manager. “Todas estas funções requerem novos perfis de liderança com uma visão sustentável, experiência prévia e mentalidade de crescimento, e poderão contribuir para alinhar a missão de sustentabilidade corporativa definida”, indica o estudo.

A análise revela ainda que são cada vez mais as empresas que recorrem às categorias de sustentabilidade como base para os seus modelos de negócio e estratégias. As organizações que colocam a sustentabilidade, a todos os níveis, nas suas prioridades, posicionam-se melhor para atrair capital e talento.

De acordo João Bernardo Gonçalves, senior manager da Michael Page Portugal, “a necessidade de ir ao encontro das expectativas dos stakeholders e do público está a incentivar as empresas a assumir a sustentabilidade como um compromisso corporativo. Os objetivos de sustentabilidade global e de combate à pandemia estão a reforçar esta tendência, assim como a necessidade de uma nova liderança num ambiente empresarial em constante mudança. Por essa razão, além da criação de novas posições relacionadas com a sustentabilidade, os managers das empresas das várias áreas, desde os Board Members aos responsáveis de Marketing, estão a assumir cada vez mais este compromisso”.