UA pede ajuda aos cidadãos par apoiarem o Projeto de conservação do escaravelho vaca-loura

A Univeridade de Aveiro em parceria com o projeto Vacaloura.pt lançaram uma campanha de crowdfunding para poder avançar rumo à conservação do inseto:  Lucanus cervus, ou vaca-loura. Uma espécie protegida por  leis comunitárias e um símbolo das florestas nativas nacionais.

Este inseto tem vários nomes, conforme as região, mas designam sempre o mesmo inseto: “Abadejo, cabra-loura, cornélia, escaravelho-veado, corna-loura ou escorna-bois”, lê-se na nota enviada.

Após dois anos de trabalho voluntário em prol da conservação desta espécie e dos seus habitats, a Universidade de Aveiro faz um apelo para que o projeto Vacaloura.pt “coniga dar o próximo passo na conservação do maior escaravelho da nossa fauna”.

De acordo com a nota enviada, Vacaloura.pt é um “projeto 100% voluntário” que pretende “envolver os cidadãos na conservação da vaca-loura (Lucanus cervus) e das restantes espécies de escaravelhos da família Lucanidae (Lucanus barbarossa, Dorcus parallelipipedus e Platycerus spinifer) em Portugal”, através da compilação de dados sobre a distribuição e estado das populações e também de educação ambiental. Nasceu de uma parceria entre a Associação Bioliving, a Unidade de Vida Selvagem do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, a Sociedade Portuguesa de Entomologia (SPEN) e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), fruto de um interesse partilhado e da combinação de diferentes valências e áreas de atuação de cada entidade para a conservação destas espécies.

A vaca-loura é uma espécie emblemática com um elevado valor iconográfico que, devido à sua morfologia e dimensão singulares, se torna facilmente identificável. É uma espécie que reside no imaginário português, facto refletido na diversidade de nomes pelo qual é conhecida no nosso país e por estar associada a numerosas tradições populares. A espécie está associada a habitats florestais, principalmente florestas com presença de árvores de porte elevado de folha caduca. É uma espécie protegida a nível europeu e está classificada como “Quase ameaçada” (NT) pela União Internacional para a Conservação da Natureza. A conjugação do seu valor cultural com a sua proteção, aliada à sua dependência de florestas nativas, em Portugal, permite que esta espécie seja considerada um símbolo da proteção das florestas nacionais e dos organismos que, como ela, decompõem madeira morta durante a sua vida, e que são essenciais para promover a sustentabilidade das nossas florestas.

Melhor conhecimento da espécie com ajuda dos cidadãos

Em apenas dois anos, “este projeto conseguiu compilar, com a ajuda de centenas de cidadãos, informação que permitiu duplicar a área de distribuição conhecida da espécie em território nacional”. Todos estes dados têm “levantado diversas questões que são impossíveis de responder sem uma ajuda extra, mais ainda, o projeto começa a ser impossível de gerir sem algum apoio financeiro”, refere a nota.

A Universidade de Aveiro explica que o “projeto lançou agora uma campanha de crowdfunding intitulada `´Vacaloura.pt – Dar o próximo passo` em que pretende angariar 7500€ que serão utilizados para melhorar as plataformas existentes e reforçar a componente educativa do projeto”, para confirmar locais onde a vaca-loura possa ocorrer no nosso país, efetuar estudos genéticos das populações nacionais e ainda avaliar o que acontecerá a esta espécie no futuro, atendendo às previstas alterações globais a nível de clima e uso do solo. Estes objetivos permitirão em conjunto, perceber o estado de conservação da espécie no nosso país e com isso identificar as melhores estratégias para a conservar a longo prazo.

“Poderá apoiar com qualquer valor monetário e, além de ser plantada uma árvore autóctone em áreas onde a espécie reside por cada contributo à campanha, poderá ainda ganhar recompensas ligadas ao projeto”.

O projeto Vacaloura.pt e a Universidade de Aveiro pedem assim “o apoio de todos para que este projeto consiga alcançar estes objetivos, esperando que abra portas que atraiam fontes de financiamento mais sustentáveis a longo prazo que permitam continuar os esforços conjuntos para a conservação desta espécie tão importante para o nosso país”.