Um ano depois, o Floresta Viva pretende relembrar o fogo no Pinhal de Leiria

O município de Leiria vai assinalar, no dia 13 de outubro, um ano do incêndio no Pinhal de Leiria com a realização do Floresta Viva, na Lagoa da Ervedeira, na freguesia do Coimbrão, conta a Lusa.

“Neste dia pretendemos assinalar o trágico incêndio para o concelho de Leiria ocorrido há um ano, com um conjunto de atividades na Lagoa da Ervedeira, que pretendem consciencializar os participantes sobre a importância daquele ecossistema. Quando conhecemos cuidamos melhor”, afirmou a vereadora do Ambiente da Câmara de Leiria, Ana Esperança.

O evento, que conta com a parceria da Junta de Freguesia do Coimbrão e da associação Flamingo Imparável, desta localidade, destina-se a famílias, mas pretende intervir naquele espaço, nomeadamente através da limpeza das espécies invasoras.

“Queríamos iniciar algumas plantações na mata do Pedrógão, mas o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) não autorizou. Informou que só a partir do dia 1 de novembro será possível iniciar as plantações, por causa do período de chuvas. Segundo o ICNF, se agora fossem feitas plantações não seria eficaz”, explicou Ana Esperança.

A vereadora adiantou que o ICNF sinalizou a reflorestação em dois talhões, que ainda não se iniciou “porque nunca houve autorização, apesar dos inúmeros contactos da autarquia”. “Dizem sempre que não é o ‘timing’ certo e que é preciso dar tempo à floresta e à natureza para se ir regenerando”, acrescentou.

A câmara optou por lançar o desafio aos escuteiros da Bajouca e de Monte Redondo para participarem na “remoção das espécies infestantes”. Jogos de floresta, hotel de insetos, remoção de espécies invasoras, ecoconstrução, jogos tradicionais, cianotipia, workshops, sementeira e estacaria são algumas das atividades do programa, que pretende dar informação à comunidade local e atrair o centro da cidade ao evento.

O presidente da Junta de Freguesia do Coimbrão, Tomás Ventura, salientou que os incêndios que fustigaram a Mata Nacional de Leiria “não podem cair no esquecimento”. “Foi muito penoso. Ardeu uma área da responsabilidade do ICNF, mas também terrenos de privados e não foi visível a ação do ICNF. Temos de devolver à Lagoa da Ervedeira toda a envolvente que tinha antes dos incêndios”, sublinhou o autarca.

Um dos representantes da associação Flamingo Imparável, Miguel Ferraz, desafiou a população a juntar-se a esta iniciativa, que entende ser de “comunhão com a natureza” e que oferece “muitas atividades lúdico-pedagógicas, que irão ajudar a conhecer melhor o ecossistema”.

Antes da apresentação, a Câmara Municipal de Leiria assinou um protocolo com o Exploratório Infante D. Henrique – Centro Ciência Viva de Coimbra, que irá permitir o desenvolvimento de atividades conjuntas em diferentes domínios e através de ações e projetos específicos.