A Universidade de Aveiro (UA) está a liderar o projeto RePor – Restauração dos Recifes de Ostras de Portugal, com o objetivo de desenvolver uma estratégia inovadora para restaurar e reforçar a resiliência dos recifes de ostras nas zonas costeiras portuguesas.
O projeto propõe, assim, uma abordagem inovadora para restaurar os recifes de ostras que, tendência geral, têm vindo a sofrer um acentuado declínio devido à exploração excessiva e à poluição, de forma a recuperar e rentabilizar os benefícios ecológicos, económicos e sociais destes ecossistemas importantes. Serão desenvolvidas e aplicadas técnicas inovadoras para aumentar a resiliência das ostras juvenis, incluindo o pré-condicionamento a choques térmicos e de salinidade, aliado à modulação do microbioma.
O projeto baseia-se numa plataforma tecnológica recentemente criada, composta por malhas poliméricas porosas e biodegradáveis, que permite a libertação controlada de moduladores microbianos. Esta tecnologia foi desenvolvida pela mesma equipa no âmbito dos projetos AquaHeal e BlueComposite, e encontra-se protegida pelo pedido de patente.
Após a fase de testes em condições laboratoriais, as ostras tratadas serão transplantadas para áreas da Ria de Aveiro, onde serão monitorizados indicadores como saúde, crescimento, composição microbiana e taxa de sobrevivência.
Com este trabalho espera-se contribuir para o desenvolvimento de estratégias eficazes e sustentáveis no restauro de habitats marinhos degradados, com base em soluções biotecnológicas e adaptadas às crescentes pressões ambientais sobre os ecossistemas costeiros.
Coordenado pelo investigador Daniel Cleary, do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), o RePor é apoiado pelo programa Mar2030, cofinanciado pelo Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos, das Pescas e Aquicultura (FEAMPA), no âmbito da ação de Apoio à Proteção e Restauração da Biodiversidade e dos Ecossistemas Marinhos.
O projeto obteve parecer favorável da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), por estar alinhado com a Diretiva Quadro Estratégia Marinha e contribuir para a implementação da Estratégia Ambiental do Atlântico Nordeste da Convenção OSPAR (Convenção para a Proteção do Meio Marinho do Atlântico Nordeste).