Valorfito aposta na sensibilização dos agricultores de menor dimensão em 2019

No passado dia 29 de março, o Valorfito distinguiu uma vez mais 12 empresas portuguesas na 7.ª edição dos seus Prémios. A sustentabilidade do setor agrícola português esteve em destaque neste sétimo encontro e a Ambiente Magazine aproveitou o rescaldo da cerimónia para fazer um balanço do trabalho do Valorfito e conhecer perspetivas futuras.

António Lopes Dias, diretor geral do Valorfito, afirma que “2018 destaca-se por ser o ano em que o Valorfito recolheu mais de metade das embalagens de produtos fitofarmacêuticos (52%)”, com Beja a ser o distrito com maior taxa de recolha (111,1%).

Os principais desafios “continuam a ser as taxas de recolha de biocidas e sementes para uso profissional”, o que segundo o diretor do Valorfito, começará a ser colmatado com “estratégias de aproximação a zonas e agricultores de menor dimensão” e com a “implementação de novos pontos de retoma a nível nacional”.

Renovação de licença e gestão de novos resíduos

O Valorfito renovou a sua licença no início do ano passado e passou a integrar a gestão de novos resíduos. António Lopes Dias faz um balanço referindo que o Valorfito está “acima dos 50% de taxa de retoma no fluxo ‘core” (fitofármacos)’ e arrancámos bem no 1.º ano no fluxo de sementes e menos bem no fluxo de biocidas”.

“A taxa de retoma média de 45% no conjunto dos fluxos, logo no 1.º ano da nova licença é um excelente resultado e dá-nos confiança de que atingiremos o nosso objetivo de 60% em 2021. Em matéria de reciclagem, 100% do plástico, e metal retomados são reciclados. Os materiais compósitos e de papel são incinerados com recuperação energética”, adiciona.

O responsável assegura que as 11 ações de esclarecimento realizadas (Lisboa, Faro, Évora, Santarém, Coimbra, Vila Real, Ponte de Lima, São Miguel, Angra do Heroísmo, Funchal e São Vicente) “foram fundamentais para informar os principais atores do sistema, os pontos de retoma e os agricultores, acerca das novidades trazidas pela nova licença”.

Uso Sustentável de Produtos Fitofarmacêuticos

No passado mês de março foi aprovado o Plano de Ação Nacional para o Uso Sustentável de Produtos Fitofarmacêuticos e, no que ao Valorfito diz respeito, “existe um compromisso para recolher o máximo possível de embalagens vazias, bem como o alargamento da rede à totalidade dos pontos de venda” por forma a alcançar uma agricultura cada vez mais sustentável e com menores impactes ambientais.

Já os objetivos do Valorfito para 2019 passam, sobretudo, pela “sensibilização do segmento de agricultores de menor dimensão [de idade mais avançada e menor literacia] e a implementação de mais postos de retoma de biocidas e sementes para uso profissional”.