Verdes não querem hotéis em Monsanto

Preocupados com as possíveis consequências de algumas propostas da Câmara Municipal de Lisboa para o Parque Florestal de Monsanto, os dirigentes locais do partido ecologista Os Verdes querem que o executivo explique, em detalhe, qual é a estratégia para o espaço, que continua a ser considerado o “pulmão verde” da capital. Para o efeito, viram a Assembleia Municipal (AM) aprovar, esta semana, a realização de um debate, entre fevereiro e março, avança o Jornal de Notícias.

“Algumas propostas de que já ouvimos falar, nomeadamente a construção de unidades hoteleiras, deixam-nos preocupados”, confessa, ao JN, a deputada à AM, Cláudia Madeira. A representante do partido ecologista chama a atenção para o facto de “cada vez que se fazem estes projetos, rouba-se espaço ao verde de Monsanto”. Cláudia Monteiro destaca que Monsanto é um parque florestal, o que, por vezes, sublinha, “parece esquecido”. “Parece que a Câmara por vezes utiliza o espaço como um banco de terras, para onde desloca equipamentos quando precisa”, destaca.

A par dos hotéis, outra das questões que os Verdes querem ver esclarecida é a descontaminação do campo de tiro a chumbo, que, depois de anos de polémica, foi desativado. No entanto, substituem dúvidas quanto à necessária descontaminação dos solos. “A informação que temos é que foram recolhidos os chumbos à superfície, mas defendemos que deve ser feita uma descontaminação a sério do terreno, mesmo ao nível dos lençois freáticos”, sustenta Cláudia Madeira, acrescentando que “o espaço deve ser devolvido à população, mas em condições de segurança”.

No debate, os ecologistas querem ouvir as propostas da Câmara para o parque florestal e saber se a autarquia tem alguma estratégia de intervenção.