XV ENGR/APEMETA: “Temos de reconhecer o Plano Terra como o nosso plano estratégico para o setor”
Realizou-se ontem o XV Encontro Nacional de Gestão de Resíduos, uma organização da APEMETA, em parceria com a ESGRA. Miguel Lisboa, administrador executivo da EGF, participou da primeira mesa redonda – “Da deposição à Recuperação” – juntamente com Nuno Soares, presidente da Tratolixo, e Emídio Sousa, secretário de Estado do Ambiente. O orador acredita que está hoje claramente identificado o caminho a percorrer através do Plano de ação Terra.
Para o gestor, é fundamental termos “um modelo mais eficaz de governo que nos permita pôr no terreno as intenções estratégicas” e defende que “temos de reconhecer o Plano Terra como o nosso plano estratégico para o setor”. Adianta mesmo que, ao contrário do que acontecia há alguns anos, atualmente “podemos ter a convicção de que é possível atingir as metas em 2035”.
Miguel Lisboa frisa que esta é hoje uma indústria de valorização de matérias-primas e é assim que o setor tem que a encarar, lembrando que, em 2023, foram recuperadas cerca de 650 mil toneladas de materiais, e que é possível produzir-se mais de 700 gigawatts-hora de energia. “Claro que o que temos hoje ainda está muito distante das nossas ambições para 2035”, reconhece, mas recorda que o crescimento tem sido significativo.
Para o responsável, “a valorização energética é a solução mais eficaz para evitar emissões de gases com efeito estufa (GEE)”, explicando que “o metano produzido por cada tonelada de resíduo que se possa qualificar com acompanhamento técnico emite mais do dobro de CH4” pelo que não tem dúvidas de que a forma mais eficaz de se reduzir a emissão de GEE a curto prazo é a valorização energética.
Miguel Lisboa não tem dúvidas de que, daqui a 10 anos, vamos ter um setor substancialmente diferente mas alerta para a necessidade de “trabalharmos urgentemente na identificação de soluções, dos investimentos e das formas de financiamento”.
Por Inês Gromicho