Zero P transforma “lixo” em valor acrescentado

Nasceu em março de 2020 e afirma-se como agente de mudança rumo a uma sociedade mais sustentável: “Educamos e mobilizamos as pessoas começando pelas crianças e comunidades escolares para melhorarem o seu nível de conhecimento sobre sustentabilidade ambiental e a importância de proteger a natureza. Contribuímos para o crescimento da consciência ambiental e da responsabilidade coletiva”. É com estas palavras que Sílvia Cordeiro Nunes, CEO da Zero P, partilha aquela que tem sido a missão da empresa: “Estimular a mudança através do envolvimento e de ações concretas junto das comunidades à escala local e inspirar para uma alteração de hábitos e comportamentos face ao consumo, reciclando e reutilizando de forma criativa, apontando para uma sociedade sem lixo, onde o resíduo é valorizado como um recurso”.

À Ambiente Magazine, a responsável explica que tudo isto é materializado através do trabalho que fazem com as organizações no sentido aumentar o seu impacto ambiental positivo: “Apoiamos as entidades e marcas que se comprometem em fazer um caminho para a sustentabilidade e dinamizamos parcerias e fomentamos a cooperação entre empresas, entidades publicas e sociedade civil”. A Zero P tem ainda a missão de retirar o “lixo” natureza: “Separamos, limpamos e selecionamos o plástico, transformamos o resíduo em recurso, reciclamos e reutilizamos”. Através desta ação, “criamos novos produtos com valor acrescentado, em plástico 100% reciclado, produzindo objetos úteis, criativos e únicos”, destaca Sílvia Cordeiro Nunes, dando nota que, através do trabalho com os “stakeholders” parceiros, “fazemos a coacriação de produtos, construindo e produzindo produtos exclusivos e personalizados”.

📸 Facebook Zero P

São as ações de mobilização junto da sociedade e, as ações de teambuilding junto das empresas, assim como os produtos feito através de “lixo” que faz com que a Zero P seja um contributo para um planeta mais sustentável: “Estamos a contribuir para que o cidadão interiorize realmente a problemática do plástico, mudando o seu comportamento na forma como lida com o mesmo”.

Das várias iniciativas que desenvolvem, Sílvia Cordeiro Nunes começa por dar ênfase àquelas que são direcionadas a público infantil, com “conteúdos programáticos e adaptados”, onde, inclusivamente, “temos a nossa tartaruga Liza, um boneco de peluche que tem dentro de si vários objetos de plástico e que as crianças vão retirando”. Ao nível de projetos dirigidas para o mundo “Corporate”, o foco vai para as “ações de temabuilding”, onde o foco centra-se em “interligar a temática ambiental com ações no terreno”, com “hands on“, ou seja, “os colaboradores transformam o lixo plástico em novos produtos, percebendo assim o conceito de economia circular e upcycling“.

No que diz respeito a desafios, a CEO da Zero P lamenta o facto de se tratar de uma área que é vista como uma “responsabilidade” municipal. Ou seja: “Os Municípios fazem já um trabalho fantástico de disponibilização de ações de sensibilização, mas são eles que suportam esse investimento. Tal traduz-se em que a população veja estas ações como gratuitas. Sentimos que está a mudar, mas muito lentamente”.

Agora que o mundo está, finalmente, a viver um “pós-pandemia”, a Sílvia Cordeiro Nunes refere que a grande ambição da Zero P passa por “envolver cada vez mais a comunidade”, não apenas os “municípios”, mas também as “empresas, que têm um papel preponderante e potencialmente ativo”, para promover a mudança. Até à data, a empresa já trabalhou com mais de 8000 crianças e mais de 1000 adultos: “Desejamos para 2022 conseguir, juntamente com estas entidades, mobilizar 10 mil pessoas na tomada de consciência, no reconhecimento do seu impacto e na existência de soluções”.

[blockquote style=”1″]Como se idealiza um Mundo melhor?[/blockquote]

“O Mundo é fantástico, isso é um dado adquirido. O ser humano enquanto parte integrante do mesmo, com a enorme influência que tem no ecossistema, é na realidade “o elo” que causa maior pressão no Mundo. Para nós, um Mundo melhor é um Mundo onde o ser humano tem consciência da sua responsabilidade e do impacto das suas ações diárias”.