Zoomarine promove a reabilitação das espécies e educa para o Ambiente

Desde o começo da sua história que o Zoomarine partilha uma mensagem de cariz ambiental junto de todos os que o visitam, sublinhando sobretudo a preservação das espécies. O parque aquático contribui ativamente para a conservação da vida dos oceanos, das espécies e dos seus habitats. A Ambiente Magazine quis saber mais acerca dos projetos em prol do Ambiente que o Zoomarine colocou em marcha.

Os responsáveis do Zoomarine explicam que a sua abordagem de conservação é muito mais complexa, integrada no cenário internacional, do que aquilo que os visitantes habitualmente conhecem. Nos últimos anos, o parque aquático decidiu “abraçar” dois grandes projetos internacionais – o World Parrot Trust e o Marine Megafauna Foundation – para a proteção de espécies ameaçadas de extinção, através da venda de merchandising em que parte da receita reverte diretamente as organizações, angariação de fundos (donativos) e com parte também das receitas dos seus programas de educação.

O Zoomarine tem também diversos programas de envolvimento da comunidade, como a Operação Praia Limpa e a Operação Montanha Verde, com o objetivo de contribuir para uma “mudança de comportamento do cidadão em prol do Ambiente”. Os responsáveis explicam: “Esperamos que ao enquadrar o Ambiente como um bem individual, o contexto emocional na região possa mudar para a promoção de comportamentos diários de sustentabilidade ambiental.”

Além disso, de referir todo o investimento feito na redução da pegada ecológica do parque, com o crescente recurso às energias renováveis, assim como nas quatro áreas de investigação desenvolvidas: biologia da conservação, biologia de mamíferos marinhos, bem-estar zoológico e ciências sociais.

Um Porto d’ Abrigo para espécies marinhas
Desde 2002 que o Zoomarine conta com um verdadeiro Porto d’Abrigo para a reabilitação de espécies marinhas e aquáticas, a sua “face mais visível da conservação”. O trabalho realizado neste Centro de Reabilitação engloba o resgate, reabilitação e/ou devolução ao meio natural de várias espécies, entre as quais golfinhos, tartarugas marinhas, cágados endémicos, focas e lontras-de-rio. Atualmente, o Porto d’Abrigo conta com sete espécimes pertencentes a duas espécies: Dermochelys coriacea (tartaruga marinha) e Mauremys leprosa (cágado mediterrânico).

Mas os desafios são muitos e os mais comuns são a pesca e o plástico que vitimam as espécies, os atrasos na resposta de emergência, os crescentes custos clínicos e farmacêuticos, a opinião das pessoas que se opõem ao resgate e reabilitação de animais, a falta de conhecimento em relação a como ajudar e tratar as espécies sob ameaça e as alterações climáticas.

Os biólogos alertam que “são muitas as formas como a crise ambiental pode afetar a fauna marinha”, nomeadamente, levando à ocorrência de fenómenos extremos que podem fazer desaparecer um ecossistema inteiro, ao aquecimento progressivo das águas que faz com que algumas espécies deixem simplesmente de ocorrer num determinado local e o aquecimento da temperatura global que condiciona a presença de mais ou menos fêmeas de muitos répteis marinhos e terrestres. É o caso das tartarugas marinhas: “Ao virem às praias colocar os seus ovos, ficam sujeitas a essa influência sendo esperado que, num futuro próximo, o número de machos diminua em relação às fêmeas e todos nós sabemos que para que a reprodução ocorra são necessários os dois sexos.”

EDUCar, muitos quilómetros para ensinar sobre ambiente
O Zoomarine aposta desde sempre na educação ambiental, o que levou ao “natural crescimento do projeto pedagógico para uma influência cada vez mais positiva do Zoomarine junto da comunidade escolar”, de forma gratuita e com experiências únicas que o visitante diário não encontra. São cada vez mais as escolas a repetir a visita ao parque aquático e registam-se cada vez mais pedidos de “programas feitos à medida para potenciar os conteúdos programáticos”.

Com o projeto EDUCar, o Zoomarine já visitou 300 escolas no Algarve e Alentejo, envolvendo mais de 33 mil alunos e dois mil professores. Em quatro anos, desde a implementação do projeto, o parque fez mais de 30 mil quilómetros pelo que o próxima desafio é tornar a iniciativa mais sustentável, no seu percurso, no que respeita às emissões de CO2.

A crescente preocupação com o Planeta
Hoje em dia, o Zoomarine está focado na implementação de projetos na área do comportamento dos visitantes, compreendendo as suas motivações quando visitam o parque, de forma a encaminhá-los para uma “atuação individual mais sustentável e coerente com as urgências de conservação globais”.

Segundo a equipa, “parece que o Ambiente está na moda e na ordem do dia” e nota-se uma “crescente preocupação pelo futuro do Planeta”. A mensagem do parque aquático é essencialmente ambiental e são muitos os que o visitam por se identificarem com os seus valores ambientais e sustentáveis, recusando os artigos descartáveis e apoiando causas. No entanto, outros precisam, ainda, de “ser sensibilizados para a necessidade de olharmos para o Planeta da mesma forma como olhamos para a nossa família, com carinho e preocupação pelo futuro”. São precisamente esses visitantes “a razão da nossa existência”, garante a equipa do Zoomarine.