Na sessão de encerramento da 10.ª Conferência Plenária do Conselho Local de Acompanhamento da Ação Climática de Loulé, que decorreu recentemente no Cineteatro Louletano, o presidente da Câmara Municipal, Vítor Aleixo, fez um balanço emocionado de mais de uma década de ação climática no território, destacando os desafios que se impõem, mas também os avanços alcançados graças à dedicação conjunta de técnicos municipais, instituições académicas, sociedade civil e organismos estatais.

“Foi aqui reconhecido o que Loulé tem feito ao longo destes anos. O município tem desempenhado um papel de irradiação, de contágio positivo, de mobilização de outros para esta política pública, e isso deixa-me profundamente satisfeito, a mim e a toda a minha equipa”, afirmou o autarca. Entre os marcos deste percurso, Vítor Aleixo destacou o projeto ClimAdaPT.Local, iniciado em 2015, como momento catalisador da entrada de Loulé na linha da frente das políticas climáticas em Portugal. Desse impulso nasceu também o próprio Conselho Local de Acompanhamento da Ação Climática de Loulé, o primeiro do país.
Sublinhando o caráter estratégico da abordagem adotada, o presidente realçou: “Esta foi uma política que começou de cima, e ainda hoje entendo que deve manter-se uma atitude diretiva — não no sentido de impor, pois ninguém deve impor nada a ninguém, mas de liderar com responsabilidade e convicção”.
A Universidade do Algarve mereceu igualmente destaque enquanto parceira científica e institucional, embora com um apelo claro a um envolvimento mais intenso. “A Universidade do Algarve tem sido uma aliada valiosa em múltiplos projetos e tem muito mais para oferecer. O conhecimento que ali é gerado é fundamental para que a região possa enfrentar os riscos de um futuro potencialmente distópico. Precisamos de reforçar as parcerias entre academia e municípios do Algarve para agir de forma mais ousada e comprometida.”
No encerramento, Vítor Aleixo fez ainda questão de lançar um apelo à justiça climática, sublinhando que a luta contra as alterações climáticas não pode ignorar as desigualdades sociais. “Se não integrarmos a equidade social na ação climática, deixaremos milhões de pessoas para trás. Temos de ser exigentes com quem detém maior capacidade de produção e maior poder de influência sobre as nossas vidas e as das gerações futuras.”
E concluiu com uma nota de consciência e urgência: “As alterações climáticas exigem uma transformação sistémica — nas nossas vidas, na economia, e na forma como nos relacionamos com a natureza. Não podemos continuar com uma lógica predatória que esgota os recursos e empurra os ecossistemas para o colapso.









































