A Águas da Região de Aveiro, S.A. (AdRA), sociedade anónima integrada no Setor Empresarial do Estado, celebra 15 anos de atividade. Com um modelo de negócio inovador — o primeiro do género em Portugal — a empresa, que tem como acionistas a AdP – Águas de Portugal, S.A., em representação do Estado (51%), e dez municípios da região (49%), inicia um novo ciclo de gestão, liderado por Joaquim Baptista, que partilhou connosco a sua visão sobre o percurso da empresa, os desafios do setor e as prioridades para o futuro.
Para Joaquim Baptista, a celebração dos 15 anos da AdRA é “mais do que um marco temporal o reconhecimento de um percurso coletivo que começou com uma visão intermunicipal ousada e pioneira num território marcado pela diversidade sociológica, económica e ambiental”. O Presidente do Conselho de Administração da AdRA, que também esteve envolvido na génese do projeto enquanto autarca, relembra agora os princípios que levaram à criação da entidade gestora: “A AdRA nasceu da necessidade de acelerar o acesso dos cidadãos a um serviço público essencial.”
Mas o percurso não foi isento de desafios, a “convergência tarifária foi um passo difícil de gerir, mas decisivo: em apenas cinco anos, com o esforço e compromisso de todos os municípios e munícipes envolvidos, conseguimos uniformizamos as tarifas e criamos as condições económicas para garantir a operação e a realização dos investimentos necessários.” relembrou Joaquim Baptista.
O resultado está à vista: mais de 220 milhões de euros investidos em infraestruturas de abastecimento de água e de drenagem de águas residuais. “Partimos de taxas de cobertura muito diversas, em alguns territórios quase inexistentes, e hoje orgulhamo-nos um território coeso com cerca de 98% de cobertura no abastecimento e de 95% em saneamento”. Agora, o foco da AdRA está centrado na renovação de ativos: mais de 7.000 km de redes e mais de 700 estações elevatórias, distribuídas por uma área de 1.500 km², exigem monitorização contínua, manutenção permanente e investimento constante intensivo.”
O setor enfrenta hoje desafios complexos, como a escassez hídrica e a sustentabilidade dos recursos. A Região de Aveiro tem a tradição de responder aos seus desafios de forma percursora, como um todo, através de projetos estruturantes de que é exemplo a Associação de Municípios do Carvoeiro-Vouga e, mais recentemente, com AdRA. Em relação à escassez, Joaquim Baptista é peremptório e arrojado, “consumir água da rede pública é, por si só, um gesto ambientalmente responsável, sem que isso diminua as nossas responsabilidades, enquanto empresa, indivíduos e comunidade, de utilizar o recurso conscientemente.” É essa a orientação dos projetos de educação ambiental e de comunicação que AdRA desenvolve em estreita cooperação com os municípios. “Promovemos o consumo de água da torneira — sem embalagem, sem transportes, sem deslocações — como uma escolha sustentável e consciente, que não fica atrás das águas engarrafadas em termos de qualidade.”, sublinha Joaquim Baptista. É essa consciência que a AdRA procura cultivar junto da população, através de ações educativas e campanhas de sensibilização.
Para Joaquim Baptista, o futuro não pode ficar por projetos como a AdRA, “para garantir a sustentabilidade do setor a longo prazo, defendo há muito a verticalização do ciclo urbano da água: uma única entidade que assegure todas as fases, desde a origem até à rejeição final.” Segundo o Presidente do Conselho de Administração da AdRA esta mudança permitiria gerar economias de escala, reduzir custos e implementar uma estratégia nacional coerente. “O foco deve estar na qualidade e no custo do serviço, com uma visão macro e de longo prazo”, finaliza, assinalando que a água é um bem essencial, a sua gestão exige responsabilidade, visão estratégica e compromisso com o futuro.







































