O ENEG (Encontro Nacional de Entidades Gestoras de Água e Saneamento), evento organizado pela APDA (Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas), prepara-se para mais uma edição, que arranca esta terça-feira, 18 de novembro, no Europarque, em Santa Maria da Feira.
Em declarações à Ambiente Magazine, Francisco Narciso, Presidente da Comissão Organizadora, afirmou que “as expectativas para esta edição são de contribuir para o trajeto de consolidação do ENEG como o principal evento do setor, pela capacidade de mobilização e participação entusiástica, dinâmica, em cooperação, com debate aberto, participado e informado de todos os interessados”. O evento quer igualmente ser um promotor da participação de outros setores e incentivar a produção de conhecimento.

A agenda do ENEG 2025 terá como um dos seus principais temas a “emergência climática” e o Presidente da Comissão Organizadora destaca a estratégia nacional “Água que Une” como um dos principais temas a discutir. Além disso, será debatido o impacto da revisão da Diretiva das Águas Residuais Urbanas (DARU) – um tema atual e relevante para o setor.
Outro grande desafio em debate será a atração e a retenção de talento, uma vez que “num momento em que são requeridos novos perfis e competências, a sucessão geracional é uma questão crucial para o setor”, declarou Francisco Narciso. A digitalização e como as novas tecnologias podem otimizar a gestão da água e os serviços de saneamento estará igualmente na agenda.
Francisco Narciso destaca ainda a reflexão histórica: “o evento procurará olhar para além das nossas fronteiras, recuperar ensinamentos da história e da religião para melhor compreendermos, e se não mesmo anteciparmos, os desafios que enfrentamos”, acrescentando que é crucial entender como, ao longo do tempo, o setor tem respondido às crises e à incerteza, exemplificando com a civilização minóica e o tratamento de águas residuais em Londres em como “é indispensável recordar que há conquistas e avanços civilizacionais que não podem ser dados como adquiridos”.
Ainda de acordo com o Presidente da Comissão Organizadora do ENEG 2025, um dos maiores desafios que o setor enfrenta é a gestão eficaz dos recursos hídricos, especialmente num contexto de escassez crescente. Assim, o ENEG 2025 procurará dar maior visibilidade à questão da água como um recurso essencial para o bem-estar da sociedade.
“Precisamos de medidas que promovam uma gestão mais integrada e que considerem as características específicas de cada território”
Em relação às políticas públicas, o Presidente da Comissão Organizadora considera que, complementarmente às intervenções em infraestruturas, urge olhar também para aspetos associados à governação, em que para além da estruturação das entidades gestoras, também a revisitação dos incentivos, positivos e negativos, nela incluindo, “a perequação tarifária é incontornável e cada vez mais necessária para um território continental com a nossa diversidade e dualidade”, afirmou.
O ENEG 2025 decorre de 18 a 21 de novembro e espera reunir nesta edição cerca de 1.300 pessoas, entre participantes e expositores, de forma a ser “um espaço de partilha e de construção de pontes para que todos possam estar alinhados na mesma visão de futuro”, concluiu Francisco Narciso.







































