O ENEG 2025 arrancou esta terça-feira, no Europarque, em Santa Maria da Feira, com Francisco Narciso, Presidente da Comissão Organizadora, a abrir o evento: “o alinhamento do programa procura conjugar, desde logo, o sentido das respostas aos desafios societais que enfrentamos, decorrentes da emergência climática”. No mundo atual, à semelhança do que se tem apelado na COP30, que está a decorrer no Brasil, pede-se “mais ação e menos negociação”.

Mencionando a importância de olhar para políticas/estratégias como a “Água que Une”, a DARU e o PENSAARP 2030, o responsável também colocou em cima da mesa a pertinência de pensar a história do setor da água e do saneamento, a par da necessidade de captar talentos e mais competências.
Tudo isto “nos deve fazer refletir, sob pena de muito rapidamente tropeçarmos em novos e em antigos desafios que ainda estão por resolver”, frisou, acrescentando que “para o efeito, dispomos de um conjunto de protagonistas que, de certo, não deixarão de nos enriquecer com os mais recentes desenvolvimentos, num momento em que também já é do conhecimento o conjunto de propostas para transformar a governança da água”.
“Os tempos sugerem que procuremos ainda olhar para além das nossas fronteiras, recuperar ensinamentos da história e da religião, para melhor compreendermos, e se não mesmo anteciparmos, e melhor enquadrarmos alguns dos nossos principais desafios”, continuou Francisco Narciso.
“Num mundo polarizado, com importantes desafios civilizacionais, as fontes são ainda mais indispensáveis para nos conectar, integrar e alinhar”, completou.
De seguida, interveio José Martins Soares, Presidente do Conselho Diretivo da APDA, que começou por mencionar como o ENEG se tem transformado num “ponto de encontro no setor da água”. “É aqui que se cruzam técnicos, decisores, investigadores e empresas num diálogo aberto e construtivo sobre o presente e o futuro da água e do saneamento no nosso país”.

Assim, “é com enorme satisfação que, para esta edição, fomos capazes de atrair mais de 860 inscritos nos vários eventos, e onde vamos ultrapassar os 1.200 participantes”.
Ao longo do evento acontecerão 250 comunicações técnicas e científicas, moderadas por 40 especialistas, e serão ouvidos 45 oradores reconhecidos no setor, em mesas redondas e debates. A exposição técnica conta com 172 empresas que ocupam 145 stands.
Neste conjunto de propostas debater-se-á a governança da água e José Martins Soares afirmou que “governar a água é gerir o risco, é planear o território, é marcar o tempo, é decidir hoje com a consciência do impacto que vamos ter nas próximas gerações. É reconhecer que a água é um fator de competitividade económica, de atratividade territorial, de coesão social e de requalificação dos espaços”.
“Os modelos de gestão do país, dos serviços públicos de abastecimento e saneamento, com as suas virtudes e fragilidades, precisam de ser reinventados à luz de novos paradigmas”, disse ainda. “A escassez de recursos, a eficiência hídrica e energética, a equidade tarifária, a valorização do capital humano e a digitalização” também são temas que não ficam esquecidos.
De forma geral, “A execução prática continua ainda dependente de uma governação e da fixação de mecanismos financeiros estáveis. Sem um modelo de gestão reforçado e sem investimento continuado, não será possível cumprir a visão deste plano. A estratégia “Água que Une”, apresentada pelo Governo, constitui uma oportunidade para alinhar políticas públicas e acelerar a transição para uma gestão verdadeiramente integrada de recursos íntegros”, afirmou.
“Mas também aqui o sucesso dependerá da articulação entre os diferentes atores do setor, central, regional e local, e do envolvimento efetivo de todos os agentes do setor, públicos, privados, organizações ambientais e cidadãos. E importa garantir que esta estratégia não se divulga apenas em intenções e estudos, pois a Governança também se faz de pessoas”, terminou José Martins Soares.
Também na sessão de abertura participou o vice-presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, Mário Jorge Reis, que agradeceu a escolha do município para a realização do evento e relembrou o sucesso da autarquia na gestão da águas e saneamento, com indicadores de execução de 98% e 97%, respetivamente. A gestão da água neste município está a cargo da Indaqua.
Ainda nesta terça-feira, 18 de novembro, serão entregues os prémios da ERSAR, correspondentes à qualidade exemplar da água para consumo humano. Aqui serão distinguidas mais de 70 entidades gestoras.









































